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'Cada um responda pelos seus atos', diz Bolsonaro sobre prisão de Temer

Ao desembarcar em Santiago, no Chile, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a prisão do ex-presidente Michel Temer foi resultado dos acordos políticos em nome da governabilidade

21 mar 2019 - 18h38
(atualizado às 19h50)
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SANTIAGO - Ao desembarcar em Santiago, no Chile, nesta quinta-feira, 21, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a prisão do ex-presidente Michel Temer foi resultado dos acordos políticos feitos pelo emedebista em nome da governabilidade. "O que levou a essa situação, pelo que parece, são os acordos políticos dizendo-se em nome da governabilidade", disse Bolsonaro, quando perguntado sobre a prisão de Temer.

Ele procurou se diferenciar do antecessor afirmando que governa sem esse tipo de acordo. Por duas vezes, Jair Bolsonaro declarou que a Justiça é para todos. "Cada um responda pelos seus atos. A Justiça nasceu para todos", disse, sobre Temer. "A governabilidade você não faz com esse tipo de acordo, no meu entender. Você faz indicando pessoas sérias e competentes para integrar o seu governo. É assim que fiz no meu governo, sem acordo político, respeitando a Câmara e o Senado brasileiro."

"É aquela velha história de Executivo muito afinado com Legislativo, onde a governabilidade vem em troca de cargos, ministérios e estatais", disse Bolsonaro. "O que levou a essa acusação, pelo que que parece, foram os acordos políticos dizendo-se em nome da governabilidade. A governabilidade não se faz com esse tipo de acordo, no meu entender. Você faz indicando pessoas sérias e competentes para integrar o seu governo".

Diálogo com o Congresso

O presidente reagiu às críticas sobre uma suposta falta de diálogo com o Congresso. Nos últimos dias o governo tem sido alvo de setores do Congresso descontentes com a interlocução com ministros e com os projetos da reforma da Previdência para civis e sobretudo militares, entregue ontem pelo próprio Bolsonaro ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

O presidente disse, ao chegar no hotel onde está hospedado em Santiago, que está buscando alternativas ao antigo toma-lá-dá-cá que marcou a relação entre Executivo e Legislativo desde a redemocratização.

"Somos independentes, Executivo é uma coisa, e Legislativo é outra. A forma de governar, de conseguir votos, como no passado, não está tendo agora. Eu sei que o caminho lá atrás deu errado. Estamos buscando alternativas. A imprensa me critica que eu não estou tendo diálogo, mas que tipo de diálogo vocês querem que eu tenha?", questionou o presidente.

Levantamento feito pelo Estado junto a 501 deputados (97% da Câmara) mostra que apenas 61 estão dispostos a aprovar a Nova Previdência sem alterações e 180 querem a reforma mas defendem mudanças no projeto apresentado pelo governo.

Estadão
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