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Unicef pede que trabalho infantil no Brasil não se transforme em rotina

13 jun 2014 - 14h47
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O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Gary Stahl, pediu nesta sexta-feira que "o trabalho infantil não se transforme em rotina", e reivindicou que os cidadãos "denunciem esse tipo de situações às autoridades".

Em entrevista coletiva hoje no Rio de Janeiro, Stahl afirmou que o Brasil tem três milhões de crianças expostas ao trabalho infantil, "sobretudo, em zonas rurais, afastadas dos estádios da Copa".

Segundo ele, os dados são "muito preocupantes" e lamentou que seja "cultural".

"As pessoas olham as crianças vendendo coisas na praia em horário escolar e parece normal não fazer nada", disse ele.

Stahl pediu que a imprensa internacional, presente no Brasil por conta da Copa, divulgue a necessidade de denunciar esses casos, aproveitando o evento esportivo.

O governo já conta com um aplicativo para que os cidadãos denunciem os casos de abusos contra menores, incluindo o trabalho infantil. Intitulado "Proteja Brasil", a iniciativa é inédita no mundo e já alcançou 20 mil downloads.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, afirmou que o governo quer "aproveitar a Copa para reforçar os direitos humanos". Ela acrescentou que o executivo de Dilma Rousseff está fazendo "um intenso trabalho para penalizar ainda mais os abusos contra menores" e, para isso, a legislação foi endurecida.

Sobre a suposta retirada de moradores de rua de das regiões turísticas de cidades como o Rio de Janeiro, a ministra não garantiu que isso não está sendo realizando.

Perguntada pela Agência Efe, ela assegurou que a secretaria "trabalha lutando contra isso" e reforçou que não é o governo federal que administra a ordem urbana, mas sim as prefeituras.

Salvatti também comentou sobre as manifestações realizadas ontem em diversas cidades do Brasil e minimizou a importância, já que, segundo ela, "não houve mais de quatro mil pessoas somadas ao todo".

"Todo mundo tem direito a manifestação, sempre que não se danifique a mobília urbana ou prejudique os demais cidadãos".

EFE   
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