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Transporte aéreo cresce no País, mas tendência é de reversão

24 jun 2017 - 11h14
(atualizado às 11h18)
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Passageiros no saguão do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, em Brasília
Passageiros no saguão do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck, em Brasília
Foto: Agência Brasil

O transporte interestadual rodoviário perdeu passageiros, enquanto o transporte aéreo ganhou viajantes nos últimos seis anos. Entre 2010 e 2016, a quantidade de passageiros rodoviários nas rotas interestaduais recuou 27,1%, de 59 milhões para 43 milhões de pessoas. Paralelamente, o número de passageiros que usaram o transporte aéreo cresceu 25,8%, de 66 milhões em 2010 para 83 milhões em 2016. No entanto, a tendência é de reversão, segundo dados do Anuário Estatístico de Transportes. 

Lançado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal de pesquisas no setor, e pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, o documento traz informações sobre os sistemas de transporte em geral no País, com o intuito de ajudar na formulação de políticas públicas e na tomada de decisões sobre o setor.

O anuário aponta uma expansão do uso do transporte aéreo no período não só para as rotas nacionais. Entre 2010 e 2016 o número de passageiros pagos transportados em voos internacionais subiu de 15,4 milhões para 20,8 milhões, um incremento de 34,1%.

A quantidade de voos internacionais à escolha no mercado também aumentou no período, de 117,5 mil para 134,3 mil, com 14,3% mais opções em 2016 do que em 2010. Já a quantidade de voos domésticos caiu, apesar do aumento da quantidade de passageiros. Eram 844,7 mil rotas em 2010 contra 827,8 mil em 2016, ou seja, uma redução de 2%.

Rodoviária Novo Rio
Rodoviária Novo Rio
Foto: Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil

Reversão

O levantamento traz outros dados que sinalizam um arrefecimento da demanda pelo transporte aéreo. A taxa de ocupação de voos domésticos cresceu 12 pontos percentuais entre 2010 a 2014, passando de 68% para 80%. Nos últimos três anos, no entanto, permaneceu estável nesse patamar. Já a ocupação dos voos internacionais subiu de forma menos intensa e registrou algumas quedas no período entre 2010 a 2016. No ano passado, estava em 84%.

A quantidade de aeronaves registradas no país também caiu recentemente. Houve alta de 4,7% nos registros entre 2010 e 2016, mas recuo de 9,1% entre 2015 e 2016.

"O setor aéreo passa por um momento de reestruturação. A diminuição da frota de aeronaves registradas é consequência da recessão econômica, que esfriou a demanda por passagens aéreas e reverteu a trajetória de crescimento do setor. A aviação viveu um momento de ascensão da oferta entre 2003 e 2012. A partir de 2013, começaram a aparecer sinais de que esse ciclo tinha se esgotado", afirma o diretor-presidente da EPL, José Carlos Medaglia Filho.

O presidente do Instituto de Segurança do Trânsito (IST), David Duarte, também credita a queda no transporte rodoviário e expansão do transporte aéreo a reflexos do período pré-crise econômica. "O que aconteceu com as viagens aéreas é que, considerando o período todo, houve um incremento, as pessoas utilizando o transporte aéreo para as viagens mais longas. Mas, mais recentemente, essas viagens diminuíram", ressalta.

Tipos de veículos

Os carros de passeio são maioria da frota brasileira de veículos
Os carros de passeio são maioria da frota brasileira de veículos
Foto: Arquivo/Agência Brasil

O anuário revela também que o veículo mais presente nas vias do Brasil é o carro. Em 2016 havia 51,3 milhões de unidades circulando, o equivalente a 56,2% da frota terrestre do país. Por outro lado, as motocicletas, apesar de ocuparem o segundo lugar na frota, com 24,9 milhões de unidades -  27,9% do total - cresceram mais que os automóveis. Enquanto a frota de veículos de passeio aumentou 37,9% no período, a de motocicletas teve um incremento de 52,1% no período analisado.

O governo avalia, na pesquisa, que "o crescimento da frota desde 2010 foi impulsionado por políticas de incentivo à indústria automobilística, com a concessão de crédito e isenções tributárias". Segundo o documento, observa-se um movimento de desaceleração a partir de 2014. Entre os incentivos concedidos ao setor automobilístico nos últimos anos estava a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros, que terminou em 2015.

Para David Duarte, do IST, a crise econômica impactou na aquisição de carros e nas viagens terrestres dos brasileiros."Se a gente pegar, por exemplo, nas rodovias com pedágio, a quantidade de veículos que passam por ali reduziu sensivelmente" afirma.

Segundo o Anuário Estatístico do Transporte, além de carros e motocicletas, em 2016 a frota terrestre do país era composta por utilitários (11,7%), caminhões (3,6%) e ônibus (1,1%).

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