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Temer faz apelo a favor da Previdência e não cogita que votação na Câmara fique para 2018

8 dez 2017 - 16h07
(atualizado às 16h19)
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O presidente Michel Temer fez um novo apelo nesta sexta-feira para que deputados e senadores votem a favor da reforma da Previdência e disse que não cogita a possibilidade de a votação da proposta na Câmara ficar para 2018.

Em abertura do 22º Encontro Anual da Indústria Química, em São Paulo, Temer também fez um apelo para que empresários que têm relacionamento com deputados convençam os parlamentares a apoiarem a reforma.

"Estamos agora na luta pela reforma previdenciária... Vocês têm a frente parlamentar muito expressiva, muito significativa", disse o presidente no evento.

"Nós precisamos dos votos dos deputados e senadores que, como registrei, nos apoiaram no governo para que chegássemos até aqui."

O presidente disse que a reforma fará o país caminhar e afirmou que é preciso que a Câmara vote a proposta ainda neste ano, para que o Senado possa analisá-la em fevereiro de 2018.

"Nós estamos empenhados nisso. Eu, o Rodrigo Maia (presidente da Câmara), o Eunício (Oliveira), presidente do Senado. Nós estamos todos hipotecados a essa atividade, na convicção de que é preciso fazê-la agora na Câmara dos Deputados para, na sequência realizá-la no Senado Federal em fevereiro."

O presidente reconheceu a dificuldade que o tema enfrenta entre parlamentares, principalmente por conta da proximidade do período eleitoral, mas citou as mudanças promovidas em relação ao texto aprovado pela comissão especial da Câmara para tornar a medida mais palatável.

Mais tarde, em evento do setor elétrico e eletrônico, Temer voltou a pedir que os empresários atuem no convencimento de parlamentares para a reforma da Previdência e descartou a possibilidade de a votação da proposta na Câmara ficar para o ano que vem.

"Não vou cogitar isso", disse o presidente a jornalistas quando questionado sobre as chances de as alterações nas regras previdenciárias no plenário da Câmara ficar para o próximo ano.

No discurso, o presidente voltou a defender que a reforma é indispensável e disse que realizá-la agora adiará a necessidade de fazer o que chamou de uma "reforma mais radical".

"Se não fizermos agora, em 2019, 2020 nós vamos ter uma reforma previdenciária radical do tipo que aconteceu na Grécia, Portugal etc", disse Temer, se referindo a países que cortaram as aposentadorias e os salários de servidores diante de déficits orçamentários.

"Se nós fizermos agora, nós alongaremos o tempo para uma reforma mais radical", acrescentou.

A nova versão da proposta de reforma da Previdência mantém a idade mínima para aposentadoria (62 anos para mulheres e de 65 anos para homens), e prevê que o tempo mínimo de contribuição para os trabalhadores do regime geral ficará em 15 anos, em vez dos 25 previstos no texto anterior.

As mudanças que seriam promovidas nas regras do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e às aposentadorias de pequenos produtores rurais, dois pontos de forte crítica de deputados da base aliada, foram retiradas do texto.

"É natural que o deputado fique preocupado. Começam a espalhar inverdades, essa história que o trabalhador privado só vai se aposentar com 110 anos. Isso pega", disse Temer no discurso para os empresários do setor químico.

"Essas inverdades machucam aquele que vai entrar em um processo eleitoral. Nós precisamos restabelecer a verdade. Mas restabelecendo-a, é preciso que os senhores saiam a campo. Se o senhor conhece um deputado, liga para ele", pediu.

Na noite de quinta-feira, o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que a reforma deve ser votada a partir do dia 18 de dezembro, descartando a possibilidade de análise da medida na próxima semana. A previsão de votação foi confirmada nesta sexta pelo presidente, "para 18 ou 19" de dezembro.

Governistas admitem que ainda não foram conquistados os votos necessários para a aprovar a medida --que, por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição, necessita de ao menos 308 votos dos 513 deputados favoráveis em dois turnos de votação na Câmara para depois seguir ao Senado--, mas comemoram o que consideraram uma melhora no clima em torno da reforma.

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