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Temer escolhe advogado como novo ministro do Trabalho

9 jul 2018 - 20h12
(atualizado às 20h19)
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Desembargador aposentado, Caio Vieira de Mello assumirá o posto deixado por Helton Yomura, alvo de operação da Polícia Federal. Ministro da Secretaria de Governo diz que nome foi indicação pessoal do presidente.O Palácio do Planalto informou nesta segunda-feira (09/07) que o advogado Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello será o novo ministro do Trabalho. Ele assume o cargo deixado por Helton Yomura, que pediu demissão após ser afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada.

Mello tomará posse no cargo nesta terça-feira em cerimônia no Palácio do Planalto, comunicou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Com a escolha do presidente Michel Temer, a pasta deixa de ser controlada pelo PTB.

Formado em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Mello é um desembargador aposentado que foi vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região (TRT-3) entre 2008 e 2009. Atualmente, é consultor jurídico no escritório de advocacia Sergio Bermudes.

"O presidente me fez o convite, e eu aceitei", afirmou o advogado mineiro à Agência Brasil, acrescentando que se pronunciará somente nesta terça-feira, durante a posse.

Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, a escolha foi uma "indicação pessoal" de Temer que não passou por negociação política. "O presidente consultou vários amigos, e lhe foi sugerido o nome de Caio Vieira de Mello. Temer viu nele as condições para o exercício dessa importante missão", disse. "[Mello] tem uma história de vida ligada ao direito do trabalho."

Questionado como fica o PTB na base aliada sem o Ministério do Trabalho, Marun afirmou que o partido participa do governo e prestou "grande serviço" à pasta. "Entendemos que a reforma trabalhista é um legado que o PTB deixa em sua passagem pelo Ministério do Trabalho, mas, neste momento, o ministro tem liberdade para escolher sua equipe."

Até então, a pasta vinha sendo comandada de forma interina pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que passou a acumular as duas funções na quinta-feira passada (05/07), após o pedido de exoneração de Yomura.

O ex-ministro decidiu deixar o governo depois de ter sido afastado do cargo pelo STF na mesma quinta-feira. A suspensão seguia uma solicitação feita pela Polícia Federal (PF), cuja Operação Registro Espúrio tem o político como um dos alvos.

Também na quinta-feira, quando a corporação deflagrou a terceira fase da operação, a casa de Yomura no Rio de Janeiro foi alvo de mandados de busca e apreensão, e ele foi à superintendência da PF em Brasília para prestar depoimento.

As investigações da Registro Espúrio apuram uma suposta organização criminosa que atuava na concessão fraudulenta de registros sindicais no Ministério do Trabalho. No último dia 5, dez mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária - um deles envolvendo Júlio de Souza Bernardes, chefe de gabinete de Yomura - foram cumpridos em Brasília e no Rio.

Segundo revelou o jornal Folha de S. Paulo, o próprio Marun - que como ministro da Secretaria de Governo é responsável pela articulação política do Planalto - é suspeito de envolvimento com o esquema na pasta do Trabalho, o que ele nega.

Yomura também se diz inocente de qualquer ação ilícita. "Mesmo não sabendo de que atos está sendo acusado, [ele] nega veementemente qualquer imputação de crime ou irregularidade", afirmou a defesa em nota, antes de ele pedir demissão.

Advogado por formação, Yomura foi indicado ao Ministério do Trabalho pelo PTB, que controlava a pasta há anos. Ele assumiu o cargo interinamente em janeiro deste ano e, em 10 de abril, se tornou titular. Antes, atuou como secretário-executivo do ministério desde outubro de 2017.

EK/abr/ots

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