Temer defende reforma trabalhista e diz que governo revolucionou o país em 14 meses
O presidente Michel Temer disse nesta quinta-feira que seus 14 meses de governo "estão revolucionando o país", ao sancionar a lei da reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional nesta semana.
"Não são 4 anos, 8 anos, são 14 meses que, deixando toda a modéstia de lado estão revolucionando o país", disse Temer, acrescentando ainda que "muitos falavam, mas ninguém tinha a ousadia e coragem de fazer como tivemos".
Nas últimas semanas, desde que a Procuradoria-Geral da República entrou com um pedido para processá-lo por corrupção, o presidente passou a rechear seus discursos de auto-elogios, ressaltando a velocidade e a ousadia que seu governo tem assumido.
Na cerimônia de sanção da reforma trabalhista, que o governo tratava como uma demonstração para o mercado de que Temer ainda é capaz de levar adiante seu plano de reformas, o presidente afirmou que a lei é a "síntese de como esse governo age".
"Somamos a ideia da responsabilidade fiscal com a responsabilidade social", disse. "Quando falamos em responsabilidade social estamos falando em preservar todos os direitos. Não é que queiramos preservar, é que a Constituição assim o determina."
Temer disse ainda que a nova legislação trabalhista, que flexibiliza pontos da CLT permitindo, por exemplo, o trabalho terceirizado e o trabalho intermitente, leva a lei para o século 21.
"O mundo de hoje não é o de 1943 (quando a CLT foi aprovada). O século hoje é o 21. Fizemos uma adaptação ao século 21", afirmou.
Ao iniciar seu discurso e elogiar o relator da reforma na Câmara, Rogério Marinho (PSDB-RN), Temer aproveitou para fazer uma crítica ao Judiciário e, indiretamente, ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, a quem acusa de agir apenas para tentar atingir o governo, ao falar da "passionalização das questões jurídicas".
"As pessoas às vezes, em vez de aplicarem rigidamente a ordem jurídica, sem qualquer emoção ou ideologia, o fazem de acordo com sua ideologia ou segundo seus sentimentos psicológicos, sociológicos. Isso quebra a higidez da ordem jurídica e desestabiliza o país", disse Temer.