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SP: substância tóxica pode ter causado mortes após ressonância

1 fev 2013 - 22h00
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A análise do sangue dos três pacientes que morreram no início da semana após uma ressonância magnética cerebral com uso de contraste em Campinas (SP) apontou que a provável causa dos óbitos foi uma contaminação por substância tóxica. De acordo com o secretário municipal de Saúde, Carmino Antônio de Souza, os exames feitos pela Vigilância Sanitária de Campinas utilizaram material coletado pelo próprio hospital Vera Cruz, onde as mortes ocorreram, pouco tempo antes de os pacientes morrerem.

Os peritos da Vigilância constataram que as três vítimas apresentavam coagulação intravascular disseminada aguda (quando parte do sangue coagula e prejudica a circulação) e hemólise (rompimento dos glóbulos vermelhos). Segundo o secretário, a coagulação foi ocasionada por uma importante redução do número de plaquetas no sangue sem que houvesse uma função biológica, como a contenção de uma hemorragia, por exemplo.

O sangue coletado foi comparado com exames feitos em dois dos pacientes dias antes de suas mortes. Isso descartou a possibilidade de que eles tivessem chegado ao hospital, antes da ressonância magnética, com uma baixa de plaquetas. "Os exames recentes desses pacientes mostram que o número de plaquetas estava normal", disse o secretário.

A presença de hemólise apontou que os glóbulos vermelhos do sangue dos três pacientes foram, em parte, destruídos. Segundo Carmino, os resultados indicam que uma substância tóxica deve ter sido a causa das três mortes - mas ainda não é possível concluir em que parte do procedimento do exame de ressonância magnético a contaminação ocorreu. "Estamos esperando os peritos fazerem as análises químicas para a gente saber qual foi a substância", disse. "Estamos afunilando cada vez mais em direção a uma causa toxicológica."

O secretário acrescentou que causas microbiológicas, como bactérias e fungos, estão descartadas, pois não estiveram presentes nos produtos aplicados nas vítimas analisados até o momento. Resultados preliminares divulgados nesta sexta-feira sobre a análise no soro fisiológico utilizado nos três pacientes feita pelo laboratório do Instituto Adolfo Lutz não apontaram existência de bactérias.

Segundo a Vigilância Sanitária de Campinas, os lotes de medicamentos que estão interditados em todo o Estado de São Paulo não serão liberados, porque dependem de outros exames que ainda serão feitos pelo instituto.

Caso semelhante

Na quinta-feira, um homem de 52 anos passou mal e precisou ser internado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Maternidade Frei Galvão após fazer uso do contraste na cidade de Guaratinguetá (SP), a cerca de 240 km de Campinas. Segundo o hospital, o paciente permanece na UTI, mas respira sem a ajuda de aparelhos.

O hospital Frei Galvão informou que decidiu suspender os exames de ressonância magnética com uso de contraste enquanto são feitas as investigações.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que está descartada a possibilidade de proibir em todo o País a utilização dos lotes de medicamentos que provocaram as mortes em Campinas e a internação em Guaratinguetá.

Agência Brasil Agência Brasil
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