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Senador Girão se candidata à presidência da CPI da Covid

19 abr 2021 - 17h14
(atualizado às 20h02)
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O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) anunciou nesta segunda-feira sua candidatura à presidência da CPI da Covid no Senado, apesar de acordo já selado entre os integrantes da comissão e as maiores bancadas da Casa em torno do nome do senador Omar Aziz (PSD-AM).

01/02/2021
REUTERS/Adriano Machado
01/02/2021 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Autor de requerimento que ampliou o objeto de investigação da CPI, como desejava o governo federal na intenção de minimizar o desgaste da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Girão prometeu atuação independente, apesar de ser encarado como um parlamentar governista.

"Não tenho nenhuma indicação na administração pública --seja ela municipal, estadual ou federal-- e reafirmo minha total independência ao governo federal. Irei disputar na intenção de atender aos legítimos anseios da sociedade que espera que a CPI tome rumos justos, amplos e com verdadeira independência, investigando governo federal e o repasse de centenas de bilhões de reais aos Estados e municípios. Para isso ocorrer, inevitavelmente dependeremos do perfil dos nomes do presidente e relator", afirmou.

"A investigação deve ser conduzida de forma justa e imparcial para não acabar em 'pizza'. O povo não quer palanque político eleitoral para 2022. Aliás, isso seria uma covardia, um desrespeito com a dor das pessoas. A CPI precisa ser muito técnica, e que possa buscar toda verdade e não apenas parte dela", argumentou o senador.

A comissão deve ser instalada na próxima quinta-feira, para investigar, além das ações e omissões do governo federal na área da saúde diante da crise do coronavírus, os repasses da União a entes federativos relacionados ao combate à pandemia.

É durante a instalação que os 11 integrantes do colegiado devem eleger o presidente, que, por sua vez, indica um relator. Mas a ocupação desses postos obedece tradicionalmente à regra da proporcionalidade na Casa.

O MDB, por ser a maior bancada, indicou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) para a relatoria da CPI, escolha nada favorável ao governo.

Já o PSD, segunda maior bancada, optou por indicar para presidência o senador Omar Aziz, do Amazonas, Estado que no início do ano enfrentou grave crise sanitária com explosão de contaminações de Covid e falta de oxigênio dos hospitais.

Pelo acordo, a vice-presidência fica a cargo do líder da Oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), pelo fato de ter sido o autor do requerimento original de criação da CPI.

Um plano de trabalho preparado pela oposição prevê tomar depoimentos do ministro da Economia, Paulo Guedes, da atual e da antiga cúpulas da pasta da Saúde --inclusive o ministro Marcelo Queiroga e o ex-ministro Eduardo Pazuello-- e ainda avalia quebrar sigilos de autoridades durante as investigações.

Diante desse desenho pouco favorável, o governo trabalha em algumas frentes para reduzir os riscos a que estará sujeito com a CPI.

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