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Sean sorri ao lado do pai no caminho para a nova casa

26 dez 2009 - 03h26
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Imagens divulgadas ontem por uma emissora americana mostraram Sean dormindo e sorrindo ao lado do pai no avião. Ainda muito abalada, a avó materna do menino Sean, 9 anos, Silvana Bianchi, que entregou o menino ao pai biológico, David Goldman, na véspera do Natal, após decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, diz que não consegue entrar em contato com a criança desde sua partida.

No Rio, a família não comemorou o Natal. Segundo a avó, o menino viajou com dois celulares, na tentativa de garantir contato. "Não conseguimos falar com ele. Os aparelhos estão desligados. Não tivemos Natal, e a irmãzinha de 1 ano e 5 meses chora pedindo pelo Sean. É a pior fase da minha vida, foi uma covardia sem tamanho, uma sentença desumana", desabafou Silvana em entrevista coletiva concedida no início da tarde de ontem. Ela disse que, ao encontrar o pai, o menino pediu que David fizesse aulas de português, já que Sean não tem domínio do inglês.

Na entrevista, ela e um tio de Sean contaram que os momentos que antecederam o embarque do menor para os Estados Unidos foram de desespero para Sean. Silvana reforçou que a transição da guarda de Sean foi traumática para a criança. "O que mais me dói é ver essas notícias mentirosas, de que ele estava rindo e comendo hambúrguer. Sean estava com febre, passando mal, e quando tomou um copo de água vomitou. Ele se debatia, chorava e esperneava no consulado", descreveu Silvana. O advogado da família Bianchi, Sérgio Tostes, acrescentou que só por conta do desespero de Sean foi permitido a Silvana acompanhar o menino no encontro com o pai.

Em entrevista à rede americana de TV, NBC, David Goldman, pai de Sean Goldman, afirmou que permitirá que a família brasileira de Sean visite o menino. David falou durante o voo fretado pela NBC em vídeo que mostra Sean dormindo dentro do jato particular. "Não vou negar que os avós façam visitas, mesmo que leve algum tempo", disse David durante o voo que levou pai e filho para a cidade americana de Orlando, onde passaram o Natal.

Durante a entrevista, David se emocionou ao falar que o filho estava próximo a ele após tanto tempo de batalha judicial. No início da viagem, que durou aproximadamente 9 horas, Sean ficou quieto e pouco falou, mas depois brincou com o pai, sorriu, colocou óculos escuros e fez guerra de comida.

"Meu garotinho está aqui perto de mim e dormindo. Estamos no caminho de volta para nossa casa. Meu coração está derretendo. Eu amo o Sean. Estamos no céu e é um milagre de Natal", disse Goldman ao repórter da NBC.

Sean chegou por volta de 8h30, desta quinta-feira, ao consulado dos Estados Unidos, no Centro do Rio. Por determinação da Justiça, Sean deveria ser entregue ao pai, David Goldman, até as 9h (horário de Brasília).

A chegada do menino foi marcada por confusão e tumulto em decorrência do grande número de curiosos e da imprensa nacional e internacional. Sean desceu do carro, uma Mitsubishi Pajero de cor preta, a quase 100 metros do consulado e foi caminhando ao lado do tio e do advogado da família, Sérgio Tostes.

Para entrar no prédio, o garoto ficou abraçado ao padastro, João Paulo Lins e Silva, e, muito assustado, precisou da ajuda de policiais militares e seguranças particulares que fizeram um cordão de isolamento. Ele vestia uma camisa amarela da seleção brasileira de vôlei.

A avó de Sean, Silvana Bianchi, ficou muito emocionada. Ela gostaria de ter ido aos Estados Unidos acompanhar a transição do menino para o país, mas foi impedida pelo governo americano de viajar. O advogado Sérgio Tostes afirmou, mais tarde, que o governo barsileiro aceitou a negativa sem problemas. "É um momento de extrema dificuldade para nós", disse, muito emocionada, a avó de Sean ao jornal The New York Times.

Entenda o caso

A história da luta do americano David Goldman para reaver a guarda do filho mobilizou a opinião pública e o governo americano. O pai de Sean, David Goldman, luta para ter a guarda do filho desde a morte de sua ex-companheira, a brasileira Bruna Bianchi Carneiro.

A briga pela guarda começou em 2004, quando Bruna deixou Goldman para uma suposta viagem de férias de duas semanas com o filho ao Brasil. Ao desembarcar no país, contudo, Bruna telefonou ao marido avisando que o casamento estava acabado e que não voltaria aos Estados Unidos. A partir disso, foi travada uma batalha judicial pela guarda do garoto, na época com 4 anos.

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