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RJ: em protesto, Anonymous ataca sites do MP, Alerj, Câmara e Detran

5 set 2013 - 19h24
(atualizado às 19h30)
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O grupo hacker Anonymous atacou nesta quinta-feira as páginas do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), da Câmara de Vereadores da capital fluminense e do Departamento Estadual de Trânsito do Estado (Detran-RJ). Às 19h, apenas a página da Alerj seguia inoperante. 

A ação é um protesto contra a decisão da comissão especial de Investigação de Atos de Vandalismo em Manifestações Públicas - formada pelo Ministério Público, polícias Militar e Civil, e Tribunal de Justiça -, que entrou com uma medida na Justiça Criminal que proíbe o uso de máscaras em protestos no Rio de Janeiro e também determina que manifestantes se identifiquem imediatamente aos policiais em meio a manifestações,

Em sua página no Facebook, o grupo hacker confirma a autoria dos ataques às páginas. Em um texto publicado às 18h10, um membro do Anonymous ironiza a tentativa de funcionários do MP fluminense de reestabelecer a normalidade do site da promotoria. 

“O pessoal do MP tinha conseguido há 8 minutos atrás pegar o site de volta. Bom, tinha né. Acho bom pararem de tentar e se conformarem que agora esses sites são nossos. Claro até que revoguem aquela palhaçada (a medida que proíbe o uso de máscaras)”, diz o texto, que traz uma lista com os sites “derrubados”. 

Segundo ataque ao MP

Este é o segundo ataque feito pelo grupo à página do MP. Ontem, o site da promotoria fluminense enfrentou problemas e chegou a ficar fora do ar por instantes por conta da ação do Anonymous.

“Eu só acho que a galera do MP-RJ pensou que eu estava brincando com eles ontem, quando disse que deixaria o sistema deles fora do ar pelo resto do ano... Na boa, eu estava falando bem serio. Enquanto não revogar, vai continuar a cair”, disse o grupo nesta quinta-feira.

Além de ironizar o Ministério Público, o grupo também publicou mensagens voltadas ao governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB). “Cabral, na boa, quatro sites de uma única vez? Que feio hein. (...) Beijos e me liga Cabral”, afirma outra publicação. 

Protestos no 7 de Setembro

Além do anúncio das ações nesta quinta-feira, o grupo publicou também textos que tratam sobre os protestos programados por diversos grupos, em várias cidades do País, durante o feriado de 7 de Setembro. 

Segundo uma publicação na página do Anonymous, além dos protestos nas ruas, o sábado será marcado por ações online. “Este final de semana promete, não somente nas ruas mas online também. Expect us (nos aguarde)”, afirma o grupo. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Fonte: Terra
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