PUBLICIDADE

Regulador de mercado de capitais brasileiro barra bitcoins

12 jan 2018 - 20h55
Compartilhar
Exibir comentários

Por não conseguir definir a natureza jurídica das criptomoedas, CVM veda sua compra direta por fundos regulados. Órgão também alerta sobre riscos de transações cibernéticas. Após quedas sucessivas, bitcoin está estável.A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), órgão regulador do mercado de capitais do Brasil, proibiu nesta sexta-feira (12/01) a compra direta de moedas virtuais como o bitcoin por fundos de investimento regulados e registrados no país.

Foto: DW / Deutsche Welle

A decisão foi comunicada aos agentes financeiros num ofício no qual a CVM informou não ter chegado a conclusões exatas sobre a natureza jurídica e econômica do investimento em moedas virtuais, razão por que proíbe o investimento dos fundos nelas.

"A área técnica da CVM informa aos administradores e gestores de fundos de investimento que as criptomoedas não podem ser qualificadas como ativos financeiros [...] Por essa razão, não é permitida aquisição direta dessas moedas virtuais pelos fundos de investimento regulados", informou Daniel Maeda, superintendente da CVM.

O ofício do órgão regulador do mercado de capitais no Brasil alertou ainda os agentes do mercado financeiro sobre os riscos associados às transações cibernéticas, tais como segurança e particularidades de custódia.

A cotação de um bitcoin subiu em meados de dezembro para quase 20 mil dólares, tendo acumulado uma valorização de mais de 1.000% em 2017. Depois dessa subida, esta moeda virtual teve quedas progressivas, porém estabilizou-se recentemente, estando cotada em cerca de 13 mil dólares. Para especialistas, seu valor segue sendo meramente especulativo.

Mineração criptografada

O bitcoin é a mais conhecida das dezenas de criptomoedas surgidas nos últimos anos. Basicamente, são moedas digitais criptografadas, criadas de forma gradual e descentralizada por milhares de computadores que rodam complicados programas de criptografia, exigindo uma enorme capacidade de processamento e muita eletricidade.

O processo de criação de bitcoins, apelidado "mineração", foi deliberadamente desenvolvido para ser difícil, caro e lento. Assim, levará mais de um século para o último bitcoin ser gerado, por volta do ano 2140. A fim de torná-los escassos e, portanto, potencialmente valiosos, os criadores do software impuseram um limite fixo ao número total de unidades da moeda virtual que pode vir a ser criado: 21 milhões.

Conceitualmente os bitcoins são, portanto, análogos às moedas de ouro. E como o ouro é um metal raro e extraído por meio de processos difíceis e onerosos, o processo computacional difícil e oneroso usado para criar bitcoins é chamado de mineração.

AV/lusa,dw,ots

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade