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Queremos unir os democratas do Brasil, diz Haddad após confirmação de 2º turno com Bolsonaro

7 out 2018 - 23h12
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Na primeira declaração depois da confirmação do segundo turno com o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, o petista Fernando Haddad afirmou que quer unir o país em defesa da democracia, já dando o tom de conciliação que pretende usar para tentar recuperar, na segunda rodada, o espaço ganho pelo discurso antipetista que deu 46 por cento dos votos válidos a Bolsonaro.

Haddad, comemora 2º turno em São Paulo 7/10/2018  REUTERS/Paulo Whitaker
Haddad, comemora 2º turno em São Paulo 7/10/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

"Queremos unir os democratas do Brasil, as pessoas que têm atenção aos mais pobres do Brasil, sempre tão desigual", disse Haddad, que teve 29 por cento dos votos válidos.

O candidato petista revelou que, ao ser definido que realmente a eleição iria para um segundo turno, já conversou com três dos concorrentes, do campo de centro-esquerda. O petista tomou a iniciativa de telefonar para Ciro Gomes (PDT), que ficou em terceiro lugar, com pouco mais de 12,5 por cento dos votos válidos, e para Guilherme Boulos (PSOL), que estava com 0,6 por cento próximo à finalização da apuração. Marina Silva (Rede), que conseguiu 1 por cento, telefonou para Haddad para cumprimentá-lo.

"Tenho muito respeito e consideração por todos que concorreram até aqui. Espero que possamos manter pontes do diálogo aberto, porque o Brasil merece que nos integremos", afirmou.

Haddad falou por cerca de 10 minutos depois de acompanhar a apuração em uma sala reservada, com o comando da campanha, em um hotel da capital paulista. O candidato petista classificou o atual pleito de "incomum".

"Essa eleição coloca muita coisa em risco. O próprio pacto da Constituição de 88 está em jogo em função das ameaças que recebe todos os dias", disse. "Nós não portamos armas. Nós vamos com a força do argumento para defender o Brasil e seu povo. Sempre estive do lado da legalidade e da democracia, não vou abrir mão dos meus valores".

Era pouco mais de 20h quando os petistas reunidos para acompanhar a apuração da votação explodiram em comemoração, quando os resultados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicaram que o segundo turno entre Haddad e Bolsonaro estava confirmado. A comemoração, digna de uma vitória, se justificava ante a tensão das horas anteriores, quando o pessimismo tomou conta do partido.

Diante das pesquisas divulgadas durante a semana, o PT adotou um "otimismo cauteloso" e acreditava na realização de um segundo turno. No entanto, os levantamentos estaduais de boca de urna, que mostraram um crescimento repentino de aliados do candidato do PSL acabaram com o ânimo.

Petistas ouvidos pela Reuters admitiam a tensão com o risco crescente de que a eleição acabasse no primeiro turno com a derrota de Haddad. Um desastre nessas proporções, admitiu um deles, seria um baque como de proporções incalculáveis para o partido. Boatos de que a pesquisa presidencial de boca de urna do Ibope viria indicando a vitória de Bolsonaro no primeiro turno alimentavam o pessimismo.

O primeiro alívio veio com a revelação da pesquisa, comemorada como um gol. A tensão voltou a subir e só se aliviou com a confirmação do segundo turno.

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