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PSL suspende Eduardo Bolsonaro por um ano

3 dez 2019 - 20h17
(atualizado em 4/12/2019 às 06h06)
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Com punição, filho do presidente deve perder o posto de líder da bancada do partido na Câmara. Sigla determina também suspensão de outros 13 deputados ligados a Jair Bolsonaro e adverte mais quatro.Após a disputa que levou à saída de Jair Bolsonaro do PSL, o partido confirmou nesta terça-feira (03/12) a suspensão de Eduardo Bolsonaro (SP) e outros 13 deputados ligados ao presidente. Outros quatro parlamentares levaram advertências. A sigla dissolveu ainda o diretório estadual de São Paulo, que era comandado pelo filho de Bolsonaro.

Na semana passada, o conselho de ética do PSL recomendou as suspensões e advertências aos 18 deputados que apoiaram Bolsonaro na disputa pelo poder da legenda. As recomendações foram validadas nesta terça-feira, por unanimidade, pelos 153 membros do diretório nacional da sigla, que é presidida pelo deputado federal Luciano Bivar (PE).

Eduardo Bolsonaro foi suspenso por um ano. Com a punição, o filho do presidente deve perder o posto de líder da bancada do PSL na Câmara, posição que conquistou depois de uma batalha de listas de apoio disputada com o deputado Delegado Waldir (GO). Ao conquistar a liderança, Eduardo desistiu da indicação para ser embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

Apesar da suspensão, por ter sido eleito para o posto, Eduardo dever manter a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.

Além de Eduardo, os deputados Bibo Nunes (RS), Alê Silva (MG) e Daniel Silveira (RJ) também foram suspensos por 1 ano. Entre os punidos com suspensões que variam de 3 a 10 meses, estão Carlos Jordy (RJ), Carla Zambelli (SP), Bia Kicis (DF), Filipe Barros (PR), Márcio Labre (RJ), Sanderson (RS), Vitor Hugo (GO), General Girão (RN), Junio Amaral (MG) e Luiz Philippe de Órleans e Bragança (SP).

Os deputados punidos com a suspensão são afastados da atividade parlamentar e devem ser retirados das comissões das quais participam. Outros quatro deputados receberam apenas uma advertência.

O PSL também dissolveu o diretório de São Paulo, que era liderado por Eduardo e foi alvo da disputa entre bolsonaristas e apoiadores de Bivar. A sigla deve se organizar agora para nomear um novo líder na Câmara. "Dentro do grupo não vai ter nenhum tipo de divisão. Vai ter uma pacificação e vai chegar num consenso de um nome", disse o deputado Júnior Bozzella (SP) ao jornal Folha de S. Paulo.

Alguns dos punidos já indicaram que pretendem deixar o PSL e migrar para o partido que Bolsonaro pretende criar, o Aliança pelo Brasil. A criação da sigla, no entanto, depende do recolhimento de 500 mil assinaturas, coletadas em ao menos nove estados. Essa lista de apoio deve ser apresentada no momento em que o pedido de abertura for protocolado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que analisará a questão.

A saída de Bolsonaro do PSL ocorre após uma batalha entre o clã Bolsonaro e Bivar, pelo controle da legenda, que é alvo de uma série de acusações de candidaturas laranjas. A disputa envolve também o poder sobre os imensos fundos partidários aos quais o partido tem direito - a previsão é que a legenda receba 110 milhões de reais neste ano.

Oficialmente, o grupo de Bolsonaro no PSL manteve o discurso de que está insatisfeito com Bivar por causa da falta de transparência no comando da sigla e a eclosão das suspeitas em torno das candidaturas de fachada em Pernambuco.

Ainda assim, o próprio presidente da República insiste em manter no cargo o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que também é suspeito de comandar um esquema similar de candidaturas laranjas em Minas Gerais.

Já os apoiadores de Bivar acusam o grupo do presidente de querer controlar a gorda fatia do fundo partidário que cabe ao PSL desde que a sigla se tornou a segunda maior bancada da Câmara.

CN/ots

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