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Política

'Vamos ganhar as eleições, isso é apenas uma prorrogação', diz Lula sobre segundo turno

Petista fez um aceno a alianças no segundo turno e indicou que partido poderá iniciar trabalhos para buscar apoio de candidatos derrotados

2 out 2022 - 23h01
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou manter o tom de esperança na vitória em discurso na noite deste domingo, 2, embora o PT tenha sofrido um baque nas eleições, diante da força mostrada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). "Nós vamos ganhar essas eleições. Isso para nós é apenas uma prorrogação", afirmou Lula a jornalistas nesta noite. Ele também fez um aceno a alianças no segundo turno e indicou que a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, poderá iniciar os trabalhos para buscar apoio de candidatos derrotados.

"O segundo turno é a chance de amadurecer as propostas, de construir um leque de apoio antes de você ganhar para mostrar para o povo o que vai acontecer, o que vai governar esse país", afirmou. Antes do primeiro turno, Lula evitou detalhar propostas para não causar desgastes entre aliados.

"Vai ser importante, a primeira chance de fazer um debate tete-a-tete com o presidente da República. É uma segunda chance que o povo brasileiro me dá", disse Lula. "É apenas uma trégua", afirmou.

Embora Lula tivesse tentado conter expectativas sobre a vitória no primeiro turno na véspera, os aliados do petista não escondiam o otimismo e a esperança de liquidar a fatura já neste domingo antes do início da apuração. A apreensão tomou conta do ambiente quando os números começaram a sair. Às 20h02, com 70,00% das urnas apuradas, Lula ultrapassou Bolsonaro, o que foi motivo de uma celebração cautelosa por parte de alguns assessores que trabalham na campanha do petista.

O petista, que assistia à apuração de uma sala em hotel no centro de São Paulo onde aliados se reuniram, desceu três andares até o auditório onde a imprensa nacional e internacional estava reunida às 21:59, poucos minutos após ter passado a marca de 48% dos votos apurados. O cenário foi bem diferente do que alguns aliados previam na noite anterior, quando esperavam que por volta das 20 horas fosse possível fazer uma declaração sobre o resultado.

Na véspera, Lula havia dito que iria para a Avenida Paulista comemorar o resultado, independentemente de qual fosse o desfecho, e manteve a estratégia nesta noite. A intenção do petista é evitar passar a imagem de derrota caso não saísse vitorioso já no primeiro turno. A decepção na cúpula do PT, no entanto, foi maior do que os próprios petistas previam, pois Bolsonaro se mostrou mais forte do que as pesquisas indicavam e impôs desafios como o segundo turno em São Paulo mais difícil para Fernando Haddad (PT) e a derrota de Márcio França (PSB) na disputa pelo Senado. França não estava presente no palco ao lado de Lula e aliados.

Quando chegou para seu pronunciamento na noite deste domingo, Lula foi até a beira do palco e, com as mãos, pediu aplausos à plateia, que tinha alguns apoiadores. Também tentou mostrar bom humor e fez piadas diante da imprensa presente.

"Como eu faço aniversário dia 27, quem sabe eu ganhe de presente a grande vitória como foi em 2002?, afirmou o candidato do PT. "A partir de amanhã tem campanha", disse Lula.

"Para avaliar bem o que está acontecendo hoje temos que lembrar o que estava acontecendo há quatro anos atrás. Eu era tido como um ser humano jogado fora da política", disse Lula.

Primeira a discursar, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann afirmou: "se acharam que estaríamos tristes ou abatidos, erraram", disse Gleisi. O candidato a vice, Geraldo Alckmin (PSB) complementou: "Nós estamos em festa, fomos para o segundo turno, primeiro lugar. E agora já é começar a segunda tarefa que é ganhar a eleição, salvar a democracia e fazer o Brasil voltar a crescer", disse Alckmin.

"Ontem na entrevista coletiva eu disse para vocês que toda eleição tenho vontade de ganhar no primeiro turno, mas nem sempre é possível. Há uma coisa na minha vida que me estimula que é a crença de que nada acontece por acaso", disse Lula, no início de seu discurso.

Estadão
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