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Política

SP: "A posição da prefeitura é de insolvente", diz Haddad

Prefeito de São Paulo não vê onda de protestos com pessimismo, mas alerta para riscos de um rumo conservador das mobilizações: "A sociedade abriu a discussão. E, quando isso ocorre, você não sabe o fim da história"

30 jun 2013 - 08h06
(atualizado às 08h08)
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A onda de protestos que se iniciou com a pauta da melhoria do trasporte público nas maiores cidades brasileiras levou várias prefeituras a revogar recentes aumentos das tarifas de ônibus, trens e metrôs. A decisão do retorno ao preço anterior, no entanto, representa, até agora, um desafio para as contas das adminstrações municipais. É o caso de São Paulo, cuja prefeitura enfrenta uma situação de insolvência, segundo resumiu Fernando Haddad (PT) em entrevista à Folha de S. Paulo. "A posição da prefeitura é de insolvente", sintetizou o prefeito, para quem a pressão das ruas forçou a administração pública a uma reação que torna incerto o futuro do balanço das contas. "Isso (a revogação do aumento) vai ter consequências de médio e longo prazo imprevisíveis. Não estamos falando só de 2013".

Após um início de unidade em torno da causa do transporte público, os protestos em São Paulo e todo o Brasil ganharam corpo e ampliaram-se para uma vastidão de pautas abarcando desde questões específicas e técnicas, como a PEC 37, até bandeiras generalistas e difusas, como a corrupção. Para Haddad, o rumo dos protestos não é razão de pessimismo, embora ainda não se saiba se terão, ao fim e ao cabo, uma contribuição progressista ou deixarão um legado conservador. "Eu diria que isso não está definido em relação, hoje, à agenda da rua. Se ela é progressista. Ou se revelará (sic) contradições e tensões que podem desaguar em retrocessos. É uma preocupação razoável de pensadores que têm distanciamento para analisar. O Brasil vai ser um país mais provinciano, mais atrasado, mais conservador, fechado? Ou é uma energia que vai ajudá-lo a se abrir mais? A sociedade abriu a discussão. E, quando isso ocorre, você não sabe o fim da história. Não tem segurança sobre o fim do processo."

Fonte: Terra
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