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Senadores manifestam preocupação com isolamento de Lula

17 abr 2018 - 21h45
(atualizado em 18/4/2018 às 08h31)
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Parlamentares da Comissão de Direitos Humanos do Senado que visitaram nesta terça-feira (17) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, onde o petista está preso, manifestaram preocupação com o grau de isolamento de Lula, informou o PT.

Os 11 senadores da comissão, que foram à capital paranaense vistoriar as condições em que Lula está preso, assim como as condições de detenção dos demais presos no local, disseram que a sala em que o ex-presidente está detido é digna e que Lula está animado e pediu que seja enviada ao povo a mensagem de que a luta pela democracia não pode parar.

"Temos muitos pedidos de visita, Lula tem muitos amigos. É uma barbaridade esse isolamento. Lula não é um criminoso, um ladrão. Ele nem tem o processo julgado em terceira instância. Tem a minha petição que o Ministério Público não olhou. Estamos frente a um flagrante desrespeito aos Direitos Humanos", disse a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), que fez parte do grupo que visitou Lula.

"O ex-presidente Lula está preocupado com o País, está lendo livros sobre a história da humanidade, do futuro da humanidade. Disse que tem noção dos problemas que o País passa, disse que nós senadores temos que lutar pelo Brasil", acrescentou.

A visita da comissão aconteceu após autorização da juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Federal de Curitiba, responsável pela execução da pena de 12 anos e 1 mês de prisão imposta a Lula por corrupção e lavagem de dinheiro no processo sobre o tríplex do Guarujá (SP).

A magistrada determinou que o Ministério Público se manifeste sobre uma série de pedidos de visita a Lula, entre eles o do pré-candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, antes de decidir se as autoriza.

Senadores deixam PF em Curitiba após visita a Lula
 17/4/2018   REUTERS/Rodolfo Buhrer
Senadores deixam PF em Curitiba após visita a Lula 17/4/2018 REUTERS/Rodolfo Buhrer
Foto: Reuters

Passaporte

Na madrugada desta terça, o passaporte de Lula, que estava no carro de um assessor estacionado no centro de Curitiba, foi furtado junto com outros bens do presidente, disse Gleisi.

"Furtaram o carro com objetos pessoais de Lula. Documentos, cartas, roupas limpas, passaporte. Uma investigação acontece, mas estamos muito preocupados. Objetos pessoais de Lula roubados causam muita preocupação. A Secretaria de Segurança Pública tem de esclarecer o mais rápido possível", afirmou Gleisi, de acordo com o site do PT.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná informou que "todos as medidas de investigação estão sendo tomadas e os trabalhos para a identificação dos suspeitos e para a localização dos bens subtraídos estão em andamento".

De acordo com boletim de ocorrência feito pelo assessor de Lula, ele notou que o carro havia sido arrombado e, além do passaporte, foram levados um frigobar, um telefone celular, peças de roupas e outros documentos do ex-presidente.

A secretaria disse ainda que o assessor prestou depoimento e que investigadores foram ao local do furto, mas não havia câmeras de monitoramento. O veículo do assessor passou por perícia.

Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para Presidência da República, está preso desde o dia 7 de abril na PF em Curitiba.

Ele foi condenado por, no entendimento do juiz Sérgio Moro e dos três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), ter recebido o tríplex como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contratos na Petrobras.

O petista deve ficar impedido de disputar as eleições por causa da Lei da Ficha Limpa, que determina a inelegibilidade de condenados por órgãos colegiados da Justiça, caso da 8ª Turma do TRF-4.

Lula nega ser dono do imóvel e afirma ser alvo de uma perseguição política promovida por setores da Polícia Federal, do Ministério Público, do Judiciário e da imprensa para impedi-lo de ser candidato.

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