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Política

PT não vai 'terceirizar operação política' para Lira, diz Lindbergh Farias

Deputado federal eleito, Lindbergh Farias (PT-RJ) diz que presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) "era uma espécie de primeiro-ministro" de Bolsonaro, mas que Lula "não quer terceirizar a operação política" e terá seu próprio bloco e articulador político

30 nov 2022 - 12h48
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BRASÍLIA - O deputado federal eleito Lindbergh Farias (PT-RJ) disse nesta quarta-feira, 30, que o governo eleito não vai "terceirizar a operação política" do Executivo para o Congresso Nacional. O PT já formalizou o apoio para a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara, mas pretende ter seu próprio articulador político e uma base forte de partidos para liderar suas pautas na casa.

"O Lira, no governo Bolsonaro, era uma espécie de primeiro-ministro. Era o presidente da Câmara e o grande operador político na Câmara dos interesses do Bolsonaro. Com a gente, vai ser diferente. Ele vai ser presidente da Câmara, mas a gente não quer terceirizar a operação política, os projetos do governo Lula para o Lira. Isso é fundamental. É o novo governo. Estamos conversando com os partidos, os que vão compor o governo", disse Farias.

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  • "Pode ter rodízio por dois anos no comando da CCJ, mas com outro partido da base. O Lira sabe disso. Seria chutar o pau da barraca em qualquer acordo. Você bota um presidente do PL ali, separa tudo. Não tem essa. Não dá entrar numa dessa, apoiar o Lira e ainda ter alguém do PL na CCJ", comentou.

    O parlamentar eleito disse que "é fundamental garantir esse espaço para o governo e lutar para construir uma base" que não tenha relação com o PL. "Não queremos participar de bloco com o PL. Todo governo, quando começa, monta a sua base. Queremos montar essa base com os partidos que apoiaram a gente no segundo turno, o PSD, União Brasil, MDB. Se a gente monta essa base, é o maior bloco da Câmara, é o que vamos tentar fazer."

    O deputado eleito também chamou a atenção para a necessidade de que o PT indique, logo, seus ministérios da Fazenda e da Articulação Política. "Queremos montar a base do governo na Câmara e no Senado. O operador político do governo Lula vai ser o líder do governo. Tem que ter alguém para conduzir essas negociações", declarou.

    Farias insistiu na importância da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Bolsa Família, mas afirmou que não se trata da única solução orçamentária para o ano que vem. "Não é a PEC ou a morte. Tem outras alternativas, com consultas ao TCU (Tribunal de Contas da União) ou medida provisória de créditos extraordinários", disse.

    Ontem, a federação formada por PT-PCdoB-PV e também o PSB anunciaram que vão apoiar Lira à presidência da Câmara. Os partidos, que integraram a coligação de Lula, fizeram um pronunciamento conjunto na Câmara após reunirem as bancadas. Com 94 deputados, as legendas negociam a construção de blocos parlamentares, instrumento usado para dividir cargos na Casa, como presidências de comissões e postos na Mesa Diretora.

    Estadão
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