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"Não bastou me prender, querem me calar", diz Lula em artigo

Pré-candidato à Presidência pelo PT que está preso desde abril afirmou que Justiça tenta silenciá-lo durante a campanha eleitoral

19 jul 2018 - 08h31
(atualizado às 11h31)
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato à Presidência pelo PT que está preso desde abril, afirmou em artigo publicado nesta quinta-feira (19) que a decisão da Justiça de impedi-lo de dar entrevistas ou gravar vídeos é uma tentativa de silenciá-lo durante a campanha eleitoral.

"Parece que não bastou me prender. Querem me calar", disse Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República na eleição de outubro, no artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo.

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento em Curitiba 28/03/2018 REUTERS/Rodolfo Buhrer
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento em Curitiba 28/03/2018 REUTERS/Rodolfo Buhrer
Foto: Reuters

"Aqueles que não querem que eu fale, o que vocês temem que eu diga? O que está acontecendo hoje com o povo? Não querem que eu discuta soluções para este país? Depois de anos me caluniando, não querem que eu tenha o direito de falar em minha defesa?", acrescentou. Na semana passada, a juíza federal Carolina Lebbos, da 12ª Vara de Curitiba, rejeitou pedidos de vários veículos de imprensa para entrevistar e sabatinar Lula, que está preso na sede da Polícia Federal do Paraná cumprindo pena de 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso sobre o tríplex no Guarujá, litoral de São Paulo.

A magistrada também rejeitou pedido feito pelo PT para que Lula participe de atos de pré-campanha na eleição deste ano ao Palácio do Planalto, assim como que seja permitido a ele participar de eventos por videoconferência da prisão e gravar vídeos de campanha.

Lula afirmou no artigo que aqueles que não querem que ele seja presidente deveriam ser os "maiores interessados" em que ele dispute as eleições deste ano.

"Querem me derrotar? Façam isso de forma limpa, nas urnas. Discutam propostas para o país e tenham responsabilidade, ainda mais neste momento em que as elites brasileiras namoram propostas autoritárias de gente que defende a céu aberto assassinato de seres humanos", disse.

O ex-presidente também reiterou ser inocente da acusação feita pelo Ministério Público Federal de que recebeu o apartamento tríplex no Guarujá como propina paga pela empreiteira OAS em troca de contratos com a Petrobras.

Por ter sido condenado em segunda instância neste caso, Lula deve ser impedido de disputar as eleições de outubro com base na Lei da Ficha Limpa.

"Eu sou candidato porque não cometi nenhum crime. Desafio os que me acusam a mostrar provas do que foi que eu fiz para estar nesta cela", afirmou.

Apesar da situação de Lula, o PT pretende registrar a candidatura do ex-presidente, e depois deverá apostar na capacidade de transferência de votos dele. São apontados como possíveis herdeiros da candidatura petista o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, cujo nome tem sido alvo crescente de negociações dentro do PT.

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