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Política

'Meu governo é padrão Felipão', diz Dilma Rousseff

1 jul 2013 - 20h14
(atualizado às 20h36)
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A presidente Dilma Rousseff ao lado do vice, Michel Temer, e da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, durante reunião ministerial
A presidente Dilma Rousseff ao lado do vice, Michel Temer, e da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, durante reunião ministerial
Foto: Roberto Stuckert Filho / PR / Divulgação

Um dia após o tetracampeonato da Seleção Brasileira na Copa das Confederações, a presidente Dilma Rousseff afirmou que sua gestão é comparável ao estilo do treinador Luiz Felipe Scolari. Sobre a partida de ontem, ela foi categórica: “assisti, torci e me inspirei”.

Dentro da onda de manifestações que vem levando centenas de milhares de pessoas às ruas, uma demanda comum em cartazes é por serviços públicos “padrão Fifa” – uma crítica às regras rígidas da entidade máxima do futebol aos países-sede da Copa do Mundo. Indagada se seu governo era padrão Fifa, Dilma se esquivou: “Meu governo é padrão Felipão”.

Ainda na temática esportiva, a presidente rebateu as críticas de que foram priorizadas obras de estádios em detrimento das que beneficiam a população. “Acho que é importante (...) a compreensão de que a Copa no Brasil tem um papel que, não sei em outros países, mas aqui é diferenciado no que se refere às ações do governo”, afirmou, alegando que dois terços do recursos para a Copa foram para legado (mobilidade urbana, segurança e comunicação) e um terço para as arenas em si.

Dilma se diz 'pé quente'

Apesar de se declarar “pé quente”, a ausência de Dilma Rousseff à final da Copa das Confederações, no último domingo no Rio de Janeiro foi sentida. “Eu não fui ao Maracanã, porque eu não estava prevista no Maracanã”, explicou. Fontes da Presidência, no entanto, trabalhavam com a possibilidade da ida da presidente e um escalão avançado foi acionado para preparar a viagem.

Dilma foi vaiada três vezes na abertura do torneio, em Brasília, no último dia 15. Segundo interlocutores, um dos motivos de a presidente não ter prestigiado a final com o Brasil em campo foi para evitar um constrangimento similar. Dilma afirmou, no entanto, que pretende ir à abertura da Copa do Mundo, em 2014. “Eu estou esperando uma Copa e eu acho que eu sou pé quente”, afirmou.

O governo e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) estudam para setembro uma visita do time comandado por Scolari ao Palácio do Planalto. É praxe chefes de Estado receberem atletas após bom desempenho em competições de peso. Seria um amistoso para marcar a Dia da Independência no Estádio Nacional.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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