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Política

Marco Aurélio: Bolsonaro foi infeliz com 'idiotas úteis'

"O exemplo vem de cima. A urbanidade, a respeitabilidade vem de cima", disse o ministro do STF a jornalistas

16 mai 2019 - 15h48
(atualizado às 16h10)
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O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira, 16, que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) deu uma declaração "infeliz" ao chamar de "idiotas úteis" e "massa de manobra" manifestantes que organizaram na última quarta-feira, 15, uma série de protestos contra os contingenciamentos do governo na educação básica e no ensino superior.

"A qualificação que ele fez (dos manifestantes) foi infeliz, como foi infeliz também a divulgação da problemática do Moro (envolvendo uma futura indicação para o Supremo Tribunal Federal). O exemplo vem de cima. A urbanidade, a respeitabilidade vem de cima", disse Marco Aurélio a jornalistas, ao chegar para a sessão plenária do Supremo nesta tarde.

Ministro Marco Aurélio Mello conversa com o ministro Ricardo Lewandowski no plenário da corte do STF, em Brasília
Ministro Marco Aurélio Mello conversa com o ministro Ricardo Lewandowski no plenário da corte do STF, em Brasília
Foto: DIDA SAMPAIO / Estadão Conteúdo

Na última quarta-feira, ao chegar em Dallas, nos Estados Unidos, Bolsonaro criticou os manifestantes. "Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis que estão sendo usados como massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais", disse o presidente na ocasião.

Na avaliação do ministro do Supremo, as manifestações "compõem a democracia".

"Eu me lembro que uma vez eu fui o relator de um mandado de segurança em que o governador do Distrito Federal proibiu manifestações ruidosas na Praça dos Três Poderes. Aí eu citei até um grande jurista baiano, Caetano Veloso, 'atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu'. Uma manifestação como se fosse um velório? Manifestação é quando alguma coisa não vai bem e é um direito da sociedade, do povo se manifestar. Nós administradores, homens públicos é que temos que rever o que está sendo feito", comentou o ministro.

Procurado, o Palácio do Planalto ainda não se manifestou sobre as declarações de Marco Aurélio.

Estadão
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