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Política

Repetição de crimes levou Pezão à prisão, afirma PF

Governador do Rio de Janeiro foi preso nesta quarta-feira

29 nov 2018 - 11h31
(atualizado às 11h53)
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O superintendente da Polícia Federal (PF) no Rio, Ricardo Saadi, afirmou nesta quinta-feira, 29, que a prisão do governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), pela manhã, mostra que o órgão "não vê cargos" nas suas investigações. Saadi negou que a deflagração da operação agora, a pouco mais de um mês de o mandato de Pezão terminar, tenha algo a ver com o momento político.

"A PF não se baseia em momento político. Ela é sempre deflagrada quando está madura", afirmou Saadi. Segundo o superintendente, a questão do fim do mandato, o que levará Pezão a perder a prerrogativa de foro, não influenciou na decisão de deflagrar a operação. Por causa do foro, a prisão preventiva de Pezão foi autorizada pelo ministro Felix Fischer, relator da Lava Jato no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Pezão foi preso no início da manhã no Rio de Janeiro
Pezão foi preso no início da manhã no Rio de Janeiro
Foto: EPA / BBC News Brasil

"A pessoa estando com foro ou não ela responde à Justiça", afirmou Saadi, ressaltando que a PF pediria a prisão a outra instância do Judiciário, caso a operação fosse deflagrada após o término do mandato do governador.

Os delegados da PF justificaram a necessidade de Pezão ficar preso por causa da repetição da prática de crimes e pelo motivo de que os valores supostamente desviados pelo governador não foram localizados. Alexandre Bessa, delegado federal responsável pela Operação Boca de Lobo, afirmou que há elementos de que o esquema durou até julho deste ano.

"A partir do momento que Sérgio Cabral deixou o governo do Estado, Pezão passou a sucedê-lo e liderar a organização criminosa. A gente conseguiu comprovar isso" afirmou o delegado. Segundo Bessa, Pezão também designou seus próprios operadores para integrar o esquema.

O delegado afirmou também que os investigadores ainda não sabem o destino que foi dado a pelo menos R$ 2,2 milhões que teriam sido captados diretamente por Pezão, como parte dos cerca de R$ 40 milhões que teriam sido desviados.

"Ainda vamos analisar isso. A movimentação bancária das contas pessoais do governador é modesta e há poucos saques de sua conta corrente. Isso chamou a atenção. Ele deve ter dinheiro espécie guardado ou utilizar contas de terceiros", disse Bessa.

O superintendente Saadi frisou que as investigações continuam, a partir do material apreendido nos 31 mandados de busca e apreensão autorizados nesta quinta-feira. Ainda conforme Saadi, a princípio e após prestar depoimento, Pezão ficará preso numa unidade prisional da Polícia Militar, em Niterói, cidade da região metropolitana do Rio.

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