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Política

Kátia Abreu promete diálogo e ministério "sem segregação"

Criticada por movimentos sociais, nova ministra da Agricultura usa tom conciliador, mas diz que não aceitará provocação e retrocesso

5 jan 2015 - 18h31
(atualizado às 19h30)
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<p>Há alternativas para produzir mais sem comprometer o meio ambiente, disse Kátia Abreu</p>
Há alternativas para produzir mais sem comprometer o meio ambiente, disse Kátia Abreu
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

A nova ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu (PMDB), prometeu nesta segunda-feira um ministério sem qualquer tipo de segregação e “voltado para todos os brasileiros”. Presidente licenciada da Confederação Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA) e criticada por movimentos sociais pela representação de grandes produtores rurais, a peemedebista disse que "não aceitará provocações" durante sua atuação na pasta.

“Há momentos em que devemos ser capazes de transcender esses interesses em beneficio de um interesse maior da sociedade. Esse será o ministério dos produtores rurais sem nenhuma espécie de divisão e segregação. Será acima de tudo o ministério dos diálogos, o ministério dos brasileiros”, disse, no fim de seu discurso, ao receber o cargo de Neri Gheller.

Reeleita para o Senado pelo Estado do Tocantins, Kátia Abreu já foi filiada ao oposicionista DEM, mas se aproximou da presidente Dilma Rousseff nos últimos anos. A ministra é considerada uma “cota pessoal” da petista.

Criticada por ativistas ambientais, a ministra chegou a receber um prêmio simbólico da organização Greenpeace, a motosserra de ouro, pela sua atuação durante a elaboração do Código Florestal no Congresso. Ela também é alvo de lideranças indígenas, pela sua postura em relação à demarcação de terras, e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Depois do evento, Kátia Abreu disse a jornalistas que vai conversar com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, responsável por políticas de reforma agrária. Apesar de prometer diálogo, disse que não vai aceitar retrocesso ou provocação.

“Estamos prontos para trabalhar e ir para o bom combate. Nenhuma luta, nenhuma guerra, que venha a trazer conflitos que possam puxar o país para trás terá minha participação. Não aceitarei nenhum tipo de provocação”, disse.

Em seu discurso, no entanto, Kátia Abreu sinalizou uma postura de respeito ao meio ambiente e se disse “amiga” da ministra Izabella Teixeira. “Há alternativas para produzir mais sem comprometer o meio ambiente”, disse, ao defender um plano de irrigação para produtores rurais. “Água é recurso renovável, mas não podemos considerá-la infinita”, afirmou.

Ao todo, 17 ministros compareceram à cerimônia de posse de Kátia Abreu. Descontente com a reforma ministerial, a bancada do PMDB no Senado evitou o evento - apenas Valdir Raupp (RO), um dos vice-presidentes do partido, e Eduardo Braga (AM), licenciado para assumir o Ministério de Minas e Energia, prestigiaram a colega.

Classe média rural

Um dos desafios de Kátia Abreu no ministério será atender a um pedido da presidente Dilma Rousseff para dobrar a classe média rural nos próximos quatro anos. Atualmente, 70% dos produtores rurais estão nas classes D e E, e não na classe C, onde se encontram 15%.

“Iremos de porteira em porteira para encontrar essas pessoas. Formaremos uma rede de assistência da classe rural”, disse.

A ministra também assumiu o compromisso de implantar uma Escola Brasileira do Profissional da Agricultura e Pecuária, para a formação de mão de obra técnica rural.

Fonte: Terra
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