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Política

Justiça abre ação contra Richa por propinas de R$ 7,5 mi

Justiça Federal no Paraná aceitou denúncia do Ministério Público Federal nesta segunda-feira (1º)

2 jul 2019 - 11h52
(atualizado às 13h21)
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A Justiça Federal no Paraná aceitou nesta segunda-feira, dia 1º, denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-governador Beto Richa (PSDB), seu irmão e ex-secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, Pepe Richa, seu primo, Luiz Abi Antoun, o ex-secretário de cerimonial Ezequias Moreira, o contador Dirceu Pupo Moreira e os executivos da Tucumann Engenharia Rafael Gluck e José Maria Ribas Mueller.

Foto: Hélvio Romero / Estadão Conteúdo

Todos são acusados de terem cometido crimes de corrupção ativa e passiva, fraude licitatória e lavagem de dinheiro, relacionadas à licitação para Parceria Público Privada para exploração e duplicação da PR-323, que liga Maringá a Francisco Alves, no noroeste do Paraná.

A decisão é do juiz Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba. A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público Federal no início de junho, no âmbito da Operação Piloto, deflagrada em setembro de 2018.

De acordo com a Procuradoria, Richa, Ezequias e Pepe, em conluio com Rafael Gluck e José Maria Ribas Mueller, fraudaram a licitação em favor do Consórcio Rota das Fronteiras, composto, entre outras, pela empresa Tucumann Engenharia e pela Odebrecht.

De acordo com o Ministério Público Federal, "para garantir o favorecimento do consórcio, o grupo criminoso integrado pelo ex-governador recebeu vantagens indevidas de cerca de R$ 7,5 milhões".

Para garantir que o Consórcio Rota das Fronteiras vencesse a licitação, "executivos da Odebrecht ofereceram pelo menos R$ 4 milhões a Denilson Roldo, no interesse de Beto Richa, Pepe Richa e Ezequias Moreira", indicou a Procuradoria. De acordo com a denúncia, Dirceu Pupo Moreira e Luiz Abi Antoun teriam atuado como intermediários.

Segundo a Lava Jato, Beto Richa recebeu ainda R$ 3,4 milhões de Rafael Gluck e de José Maria Ribas Mueller, executivos da Tucumann Engenharia, por meio de cotas de um imóvel em valor subfaturado.

As prisões de Beto Richa

Em menos de um ano, entre 2018 e 2019, Beto Richa foi preso três vezes, alvo da Procuradoria da República e do Ministério Público do Estado do Paraná. Em março passado, o ex-governador foi capturado na fase 4 da Operação Quadro Negro, por supostos desvios de R$ 22 milhões de escolas.

Richa havia sido detido também na Operação Radiopatrulha e na Operação Integração, desdobramento da Lava Jato na Justiça Federal. Em todas as vezes ele ganhou liberdade por conta de decisões judiciais.

Defesas

A defesa de Beto Richa "reafirma que seu cliente não cometeu nenhuma irregularidade, e que sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos. Reiterando assim, a inocência do ex-governador e a confiança no Poder Judiciário".

A reportagem tenta contato com a Tucumann Engenharia e com todos réus da ação penal. O espaço está aberto para as manifestações de defesa.

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