PUBLICIDADE

Política

Ex-diretores da Odebrecht vão pagar US$ 6,5 mi à Colômbia

Empresários pedirão "perdão" ao país latino e se comprometeram a colaborar com informações sobre crimes de corrupção cometidos

16 jan 2019 - 15h20
(atualizado às 15h45)
Compartilhar
Exibir comentários

Os ex-diretores da Odebrecht Luiz Antonio Bueno Junior, Luiz Antonio Mameri e Luiz Eduardo da Rocha Soares pediram "perdão" à Colômbia e se comprometeram a colaborar com informações sobre crimes de corrupção cometidos pela empreiteira no país vizinho. Os executivos também concordaram em pagar indenização de US$ 6,5 milhões como reparação por propinas repassadas ao ex-vice-ministro de Transportes colombiano, Gabriel Garcia Morales, para concessão das obras do trecho 2 da rodovia Rota do Sol.

As informações foram divulgadas pela Procuradoria-Geral da República. Por meio de sua Secretaria de Cooperação Internacional, a PGR viabilizou o contato dos ex-diretores com a Justiça colombiana em videoconferência na sexta-feira, 11.

Logo da Odebrecht na sede da empresa em São Paulo
03/08/2018
REUTERS/Paulo Whitaker
Logo da Odebrecht na sede da empresa em São Paulo 03/08/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

Os executivos se comprometeram a colaborar com informações sobre subornos pagos pela Odebrecht na Colômbia. Além das ações penais, o acordo prevê que os colaboradores testemunhem em processos fiscais e disciplinares que envolvam a empreiteira.

A indenização de US$ 6,5 milhões - equivalente a 18 bilhões de pesos colombianos - será quitada pelos executivos brasileiros em três parcelas. O primeiro pagamento deve acontecer ainda em janeiro, o segundo em agosto deste ano e o terceiro até janeiro de 2020.

O valor acertado é o mesmo da suposta propina recebida para conceder as obras da Rota do Sol à empreiteira brasileira.

A PGR classificou o termo de cooperação firmado pelos ex-diretores como um "marco para a Justiça colombiana" e afirmou que esta é a primeira vez que o "princípio da oportunidade", previsto na legislação do país vizinho, é colocado em prática em um caso de grande expressão.

Segundo a Procuradoria, a medida é parecida com os acordos de delação premiada celebrados no Brasil.

Ainda de acordo com a PGR, todos os processos criminais contra os ex-diretores que tramitam nas Cortes da Colômbia ficarão suspensos pelo prazo de dois anos, período no qual estarão à disposição da Justiça colombiana.

Veja também:

Direto ao Ponto: O melhor emprego do mundo:
Estadão
Compartilhar
Publicidade
Publicidade