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Política

'Estadão' e Record promovem debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo

Encontro entre Nunes e Boulos será realizado no dia 19 de outubro, às 21h, e terá transmissão nos perfis do 'Estadão', na Record e em outras plataformas

11 out 2024 - 22h10
(atualizado às 23h11)
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No próximo sábado, dia 19 de outubro, às 21 horas, Estadão e Record promovem novo debate neste segundo turno entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo. É uma parceria inédita entre as duas empresas de comunicação, referência em jornalismo de credibilidade, inovação e agilidade.

Estão convidados Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL). O programa, mediado por Eduardo Ribeiro, jornalista da Record, terá três blocos com rodadas de perguntas diretas entre os candidatos.

Os dois primeiros blocos também terão questões formuladas por jornalistas dos dois veículos. Pelo Estadão, Roseann Kennedy, editora da Coluna do Estadão e apresentadora do vodcast Dois Pontos, e Marcelo Godoy, repórter especial e colunista especializado em cobertura de crime organizado e militares. Pela Record, Christina Lemos, apresentadora do Jornal da Record, e Reinaldo Gottino, do Balanço Geral SP. O último bloco será dedicado às considerações finais.

Estadão e Record promovem debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo no dia 19 de outubro, sábado, às 21h.
Estadão e Record promovem debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo no dia 19 de outubro, sábado, às 21h.
Foto: Felipe Rau/Estadão / Estadão

Com previsão de duas horas de duração, o debate terá regras disciplinares rígidas. Os candidatos não poderão deixar seus púlpitos ou exibir documentos e será proibido se referir ao adversário usando apelidos ou palavras desrespeitosas. A cada infração, o candidato perderá 30 segundos de suas considerações finais, podendo ser expulso em caso de reincidência.

No caso de não comparecimento de um dos candidatos, o debate se transforma em uma sabatina com duração de 30 minutos. Uma equipe formada por jornalistas e advogados dos dois veículos vai analisar os pedidos de direito de resposta em caso de ofensa pessoal.

O encontro será transmitido pelo portal do Estadão, Record, PlayPlus, portal R7, Rádio Eldorado, perfis da Record e do Estadão no YouTube, Kwai, Instagram, TikTok, X, LinkedIn e Facebook.

A colaboração inédita entre os dois veículos de imprensa atende às demandas dos eleitores e dos candidatos pela promoção de debates cada vez mais propositivos e que permitam a discussão dos problemas da cidade de São Paulo.

As eleições paulistanas de 2024 já ficaram marcadas pela quantidade de debates realizados no primeiro turno da disputa. Foram, ao todo, 11 encontros entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo.

A grande quantidade dos embates não foi a única característica marcante desses eventos no pleito atual. O clima hostil entre os postulantes, que desembocou, no programa promovido pela TV Cultura em 15 de setembro, na cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB), por exemplo, também marcou presença.

O debate promovido pelo Estadão, portal Terra e Faap, o segundo encontro entre os candidatos organizado no primeiro turno, também foi marcado pela troca de farpas, muitas acusações e discussões pontuais de propostas entre os postulantes.

A disputa pela Prefeitura de São Paulo será definida no segundo turno entre Nunes e Boulos. No primeiro turno, o emedebista somou 29,48% dos votos válidos ante 29,07% do psolista. As pesquisas de intenção de voto divulgadas na última semana de campanha eleitoral indicavam uma disputa acirrada entre Nunes, Boulos e Marçal, que ficou de fora da disputa. Ele tinha 28,14%.

Nunes larga na frente na disputa contra Boulos, considerando que as pesquisas eleitorais colocam o prefeito com uma rejeição significativamente menor do que o candidato do PSOL. Dessa forma, o emedebista teria mais chances de conquistar os votos necessários para vencer o pleito. Além disso, o eleitorado de Marçal, que quase foi ao segundo turno, é mais alinhado à direita, o que torna mais provável a migração desses votos para Nunes.

Ricardo Luis Reis Nunes tem 56 anos e é filiado ao Movimento Democrático Brasileiro (MDB). É o atual prefeito de São Paulo, cargo do qual "tomou posse" em 16 de maio de 2021, quando a Câmara Municipal da capital extinguiu o mandado de Covas. O então prefeito morreu poucos dias antes, aos 41 anos, vítima de um câncer agressivo no sistema digestivo contra o qual lutava desde 2019. Além de ter sido vice-prefeito, Nunes também já foi vereador de São Paulo por dois mandatos. O vice-prefeito na chapa dele é o coronel Ricardo Mello de Araújo (PL).

Ele fez uma campanha tradicional de prefeito que disputa à reeleição: focou o discurso nas entregas realizadas durante os três anos que estava na cadeira, feitos amplificados pelo domínio na propaganda eleitoral, onde teve mais de 60% do tempo total graças a uma ampla aliança com 11 siglas — o rádio e a televisão também foram fundamentais para desconstruir Marçal. Na reta final, fez gestos ao bolsonarismo, como ao declarar que errou ao exigir o passaporte de vacinação durante a pandemia.

Guilherme Castro Boulos tem 42 anos e é filiado ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Atualmente é deputado federal, e foi eleito em 2022 com a maior votação entre candidatos paulistas. Antes, o psolista nunca tinha ocupado um cargo público. Foi candidato à Presidência, em 2018, e à Prefeitura de São Paulo, em 2020. A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) é a vice na chapa de Boulos. Além de já ter comandado a capital paulista entre 2001 e 2004, Marta também é ex-ministra de Estado.

O candidato do PSOL adotou a moderação para chegar ao segundo turno e mudou de posição em temas caros à esquerda. Ele chamou o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela, de ditadura e abandonou a defesa da descriminalização das drogas, passando a afirmar que apoia a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de diferencias usuários e traficantes.

Boulos explorou o legado de Marta e evitou confrontos com os adversários na campanha — a militância pedia um tom mais duro contra Marçal — para não passar a imagem de agressividade que parte dos paulistanos atribui a ele por causa de seu passado no Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Estadão
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