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Política

Dono da JBS grava Temer autorizando compra de silêncio de Cunha, diz jornal

17 mai 2017 - 21h10
(atualizado às 21h12)
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O presidente Michel Temer foi gravado por um dos proprietários da JBS, Joesley Batista, autorizando a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, preso por participar do escândalo de corrupção revelado pela Operação Lava Jato, afirmou nesta quarta-feira o jornal "O Globo".

Na frente de Joesley Batista, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha (PMDB-PR) para resolver um problema da holding J&F Investimentos, que controla a JBS, segundo "O Globo". Posteriormente, Rocha foi filmado recebendo uma maleta com R$ 500 mil enviados pelo proprietário da JBS.

Nesse encontro, Temer também ouviu do empresário que Joesley fazia pagamentos mensais a Cunha na prisão para que o ex-presidente da Câmara dos Deputados permanecesse em silêncio. Segundo "O Globo", com base na gravação, Temer disse: "Tem que manter isso, viu?"

O jornal "O Globo" informa que Joesley Batista e seu irmão, Wesley, proprietários da JBS, tentam fechar um acordo de delação premiada com a Justiça como já fizeram 77 ex-diretores do grupo Odebrecht, também envolvido no escândalo da Lava Jato.

Temer já foi citado em vários dos depoimentos dados pelos ex-diretores da Odebrecht, mas a lei impede que o presidente seja investigado por fatos ocorridos antes de seu mandato.

Em outra das gravações feita pelos irmãos Batista, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi registrado pedindo R$ 2 milhões. O dinheiro foi entregue a um primo do ex-candidato à presidência derrotado nas últimas eleições em um jantar que foi filmado pela Polícia Federal. O dinheiro foi rastreado e localizado em uma empresa do senador Zezé Perrella, do mesmo partido de Aécio.

Joesley Batista relatou, segundo "O Globo", que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, também investigado na Lava Jato, era seu contato no PT. Segundo o empresário, com Mantega eram negociados as propinas distribuídas aos petistas e aos aliados dos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Além disso, Joesley revelou que pagou R$ 5 milhões a Eduardo Cunha depois que o ex-deputado foi preso. O empresário ainda devia R$ 20 milhões a Cunha pela tramitação de uma lei de incentivo fiscal para o setor de frango.

EFE   
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