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Política

Delator da JBS acusa Temer de ficar com R$ 1 milhão de doações para campanhas

19 mai 2017 - 21h16
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O presidente Michel Temer teria guardado R$ 1 milhão para seu uso pessoal das doações repassadas a ele pela JBS para financiar campanhas eleitorais de aliados, afirmou um dos executivos da empresa que fez um acordo de delação premiada.

O diretor da JBS Ricardo Saud afirmou na delação que Temer pediu e recebeu R$ 15 milhões para as eleições de 2014, dinheiro que seria distribuído entre aliados, mas guardou para R$ 1 milhão para si próprio em vez de usá-lo na campanha.

"Michel Temer fez uma coisa muito deselegante. Nessa eleição, só vi dois caras roubarem deles mesmos. Um foi (o ministro de Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto) Kassab e outro foi Temer. Temer me deu um papelzinho e falou: 'Ricardo, há R$ 1 milhão que eu quero que você me entregue em dinheiro nesse endereço aqui'. E me deu o endereço", disse Saud na delação.

O executivo revelou que a verba vinha do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também alvo de investigação por suspeitas de corrupção, e foi usado para a campanha da vice-presidência.

"Então, o dinheiro era do PT. O PT deu para o presidente Temer usá-lo na campanha de vice. E assim foi feito. E não satisfeito, ainda guardou R$ 1 milhão para ele no bolso", revelou Saud.

Do total, Saud afirmou que R$ 2 milhões foram repassados via caixa 2 para Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que concorria ao governo de São Paulo.

Outros R$ 9 milhões foram doações oficiais à executiva nacional do PMDB. O resto do dinheiro, R$ 3 milhões, acabaram nas mãos do deputado cassado Eduardo Cunha, hoje preso por corrupção.

Na delação, o diretor destaca que Temer "atuou em diversas oportunidades a favor dos interesses das empresas do Grupo JBS".

O novo escândalo provocado pelas revelações dos proprietários e executivos da JBS também envolvem outros políticos, como o senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, e os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT.

O Supremo Tribunal Federal informou que a investigação aberta contra Temer se sustenta por suspeitas de que o presidente cometeu os crimes de obstrução de justiça, corrupção passiva e organização criminosa.

EFE   
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