Apesar das inúmeras críticas que se seguiram à indicação do deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara, o partido deve manter o parlamentar à frente do colegiado, segundo afirmou nesta terça-feira o líder da legenda na Câmara, André Moura (SE). Ao Terra, o deputado afirmou que a reunião convocada para hoje apenas vai “discutir e avaliar as manifestações da sociedade” a respeito da indicação de Feliciano à frente da CDH.
“O que está se fazendo é um julgamento antecipado do deputado”, criticou André Moura, que também minimizou a reunião convocada para hoje, dizendo que a legenda se encontra todas as terças-feiras. Os membros do partido discutem este e outros temas na tarde de hoje, mas André Moura descartou a indicação de um novo nome do PSC para ocupar a presidência da CDH.
Procurado pela reportagem, Marco Feliciano disse que não daria mais entrevistas. No gabinete, um de seus assessores, Roberto Marinho, alegou que o deputado estaria “triste” pela repercussão que suas entrevistas tiveram na mídia. O assessor afirmou, ainda, que o parlamentar vai “trabalhar” na pauta da CDH e provar não ser homofóbico nem racista ao conduzir os trabalhos no colegiado, que tem sua primeira reunião amanhã pela manhã.
Polêmica
Mais cedo nesta terça, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), negou que a legenda tenha sido a “culpada” pela eleição de Feliciano à frente da CDH. “O PT pensou que ficaria com quatro comissões e escolheu as comissões de Constituição e Justiça e de Cidadania; de Seguridade Social e Família; de Relações Exteriores; e de Direitos Humanos. Mas, pelos critérios de proporcionalidade, ficamos com apenas três”, disse.
Pastor Marco Feliciano pede senha de cartão para fiel; veja:
O partido está sendo apontado como “culpado” pela eleição de um deputado detentor de opiniões polêmicas e contrárias às minorias para presidir uma comissão que cuida justamente dos direitos dessa população. O PT sempre ocupou a presidência da comissão, mas trocou o cargo por outro e abriu a vaga para o PMDB - segundo maior partido -, que cedeu ao PSC duas vagas de titular e duas de suplente dentro da comissão; o PSDB cedeu duas vagas de titular; o PP cedeu uma de titular; e o PTB cedeu uma de suplente. Com isso, o PSC ganhou maioria para eleger seu nome.
Na última quarta-feira, a sessão que elegeria o presidente do colegiado foi marcada por tumulto, o que levou à sua suspensão e adiamento para a quinta-feira – quando foi proibida a presença do público na audiência. Marco Feliciano enfrenta a resistência dos grupos que lutam pelos direitos humanos por conta de declarações racistas e homofóbicas supostamente feitas pelo parlamentar.
Manifestantes foram às ruas em Curitiba (PR) contra a indicação do Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) à Comissão de Direitos Humanos da Câmara
Foto: Joka Madruga / Futura Press
Em Porto Alegre (RS), o protesto aconteceu no Parque da Redenção, tradicional espaço da cidade
Foto: Diogo Sallaberry / Futura Press
Acusado de homofobia e racismo por defensores de direitos de homossexuais e negros, ele recebeu 11 dos 12 votos para a comissão e gerou revolta no Rio de Janeiro
Foto: Luiz Roberto Lima / Futura Press
Os manifestantes foram às ruas da capital paulista neste sábado para exigir a saída do pastor da Comissão de Direitos Humanos
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
Para viabilizar a eleição do deputado evangélico, o PSC teve o apoio do PMDB e do PSDB, que cederam suas vagas na comissão ao partido. Na foto, protesto em São Paulo
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
Os gaúchos protestaram contra acusações supostamente homofóbicas e racistas feitas pelo deputado do PSC, que disse que os negros sofrem de uma maldição
Foto: Diogo Sallaberry / Futura Press
O pastor evangélico, considerado racista e homofóbico por grupos humanitários, foi escolhido para o cargo na última quinta-feira em uma sessão tumultuada
Foto: Fernando Diniz / Terra
maioria foi ao Parque da Redenção para repudiar a escolha de Feliciano para presidir a comissão que trata de políticas para minorias
Foto: Fernando Diniz / Terra
Os dois protestos foram combinados pela internet em momentos distintos, mas os manifestantes acabaram se unindo para gritar palavras de ordem no parque da capital gaúcha
Foto: Fernando Diniz / Terra
Manifestantes contrários à escolha do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados encontraram neste sábado, em Porto Alegre (RS), integrantes de um protesto contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL)
Foto: Fernando Diniz / Terra
Os protestos também ocorreram em Belo Horizonte (MG)
Foto: Cristiane Mattos / Futura Press
Na capital mineira, os manifestantes fizeram uma faixa com os dizeres "Fora Feliciano"
Foto: Alexandre Mazus / vc repórter
Os manifestantes também protestaram contra a eleição de Renan Calheiros à presidência do Senado
Foto: Cristiane Mattos / Futura Press
O protesto, de caráter nacional, também ocorreu em Santa Catarina
Foto: Anderson Pinheiro / Futura Press
Em São Paulo, os manifestantes percorreram as avenidas Consolação e Paulista, no centro da capital
Foto: Eva Bella / vc repórter
Alguns utilizaram máscaras para protestar contra o deputado Pastor Marco Feliciano e o senador Renan Calheiros
Foto: Eva Bella / vc repórter
Com faixas e cartazes nas mãos, manifestantes pediam justiça
Foto: Eva Bella / vc repórter
Acessórios com as cores do orgulho gay, como o guarda-chuva que aparece na foto, foram utilizados durante o protesto
Foto: Eva Bella / vc repórter
O "nariz de palhaço" também foi escolhido pelos jovens que participaram da manifestação
Foto: Eva Bella / vc repórter
Jovem carrega cartaz durante protesto contra o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP)
Foto: Eva Bella / vc repórter
Com as cores da bandeira brasileira pintadas no rosto, mulher levou seu bicho de estimação para participar do movimento
Foto: Eva Bella / vc repórter
Com cartazes e faixas, cariocas vão às ruas protestar contra pastor Marco Feliciano