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CPI do Cachoeira

Para Gurgel, investigação sobre tablets pedida por Collor é 'risível'

21 fev 2013 - 19h44
(atualizado às 19h55)
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O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, classificou de “risível” o pedido de investigações feito pelo senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) para que o Tribunal de Contas da União(TCU) investigue a compra de 1,2 mil iPads feita pelo Ministério Público Federal (MPF) no valor de R$ 3 milhões. “Isso chega a ser risível. Não a decisão do Senado, claro. O Senado está sempre legitimado a pedir a atuação do TCU, que afinal de contas é órgão auxiliar do Legislativo. Todas as portas do MPF estarão abertas ao TCU, como sempre estiveram e sempre estão, para que todas as verificações sejam feitas”, disse Gurgel, ao final da sessão desta quinta-feira do Supremo Tribunal Federal.

Na tarde de hoje, Collor aproveitou que o plenário do Senado estava esvaziado para aprovar um requerimento pedindo a investigação. O senador classificou a licitação de “absolutamente irresponsável” e acusou a compra de ter sido dirigida.

Segundo Gurgel, o pedido de investigação já se encontra prejudicado, porque Collor pede que seja apurada a compra de tablets, de forma genérica. A licitação feita pelo MPF, no entanto, foi específica para iPads.

“O MPF não fez licitação para adquirir tablets e, na licitação de tablets, dirigiu para iPads. O que o MPF fez foi uma licitação para iPads, especificamente para a marca, sem qualquer direcionamento, como aliás já fizeram diversos órgãos do governo. Um dos precedentes mais recentes é do Ministério de Minas e Energia, em procedimento já aprovado pelo TCU”, esclareceu.

Collor vem travando uma batalha pública contra o procurador-geral desde que a Polícia Federal deflagrou a Operação Vegas e culminou na cassação do ex-senador Demóstenes Torres (sem partido, ex-DEM-GO), e na prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Segundo o senador, Gurgel teria atuado com “inércia” por não ter investigado a fundo o esquema criminoso, uma vez que estaria com o processo desde 2009.

O senador também tem servido de porta-voz de parlamentares do PT e do PMDB insatisfeitos com o julgamento do mensalão. Em discursos semanais, Collor critica o trabalho de Gurgel e já chegou a entrar com uma representação no Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador.

Questionado sobre qual seria o motivo da guerra particular de Collor contra ele, Gurgel limitou-se a dizer que atribui a uma possível retaliação por seu trabalho. “Nos mais diversos órgãos de imprensa, o que se vê é que haveria toda uma série de manobras, de retaliação em razão da atuação do procurador-geral”, respondeu.

Fonte: Terra
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