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Política

Após "ponto final" de Bolsonaro, Carlos ataca Mourão 8 vezes

Tuites incluem compartilhamento de vídeo que fala em conspiração do vice e afirma que Carlos não faz nada sem aval de Bolsonaro

24 abr 2019 - 17h16
(atualizado às 17h28)
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Desde que o presidente Jair Bolsonaro (PSL), através de seu porta-voz, disse que queria colocar um “ponto final” na crise causada por ataques de Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), seu filho, ao vice presidente e general Hamilton Mourão (PRTB), Carlos desferiu oito novos tuites contra o vice até a conclusão deste texto.

O número não inclui uma postagem publicada às 19h10 desta terça-feira (23), mais ou menos concomitante com o pronunciamento da Presidência.

Logo em seguida o político publicou “nunca foi por briga e sim pela verdade!”, referindo-se ao desentendimento com o vice-presidente da República.

A publicação seguinte, às 22h54 de terça-feira, foi a única desde o “ponto final” que não ataca Mourão. Trata-se de uma arte comemorativa ao número de seguidores de Carlos Bolsonaro na rede social, que passou de 1,1 milhão.

Em outras duas publicações, o vereador do Rio de Janeiro tenta associar o general Hamilton Mourão ao PT.

Primeiro, compartilhou uma notícia com fala do vice sobre a redução na pena do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Decisão do Judiciário a gente não comenta”, disse o general. “Tirem suas conclusões”, comentou Carlos Bolsonaro sobre a declaração.

Em seguida, Carlos Bolsonaro compartilhou uma print de outra notícia. “Mourão critica ‘despetização’ de Onyx”, diz o título. A referência é a uma exoneração coletiva que o ministro fez de nomeados para cargos de confiança supostamente ligados aos governos do PT.

O vereador também citou o maior desafeto do bolsonarismo, o ex-deputado Jean Wyllys em seus ataques a Mourão. Ainda lembrou que seu desentendimento com o general é antigo.

Chamam a atenção ainda três vídeos retuitados pelo filho do presidente. Em um deles, uma análise política de um youtuber, fala-se de uma suposta conspiração capitaneada pelo vice. O ex-presidente Michel Temer (MDB), que subiu ao poder após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), é citado.

O vídeo que Carlos Bolsonaro ajudou a divulgar diz, ainda, que nada na comunicação do governo Bolsonaro acontece por acaso:

“Lembrem do caso Bebianno. Como o Carlos Bolsonaro também se expôs, mas com o aval do presidente. Tanto é que depois o Bebianno foi demitido. Nada que o Carlos Bolsonaro faz é sem autorização do presidente da República”, diz o locutor do vídeo.

A penúltima tuitada do vereador tem um vídeo em que se fala de uma suposta “ambição presidencial” do general e vice presidente.

Por fim (ou pelo menos por enquanto), o vereador acusa o vice de contrariar os atuais ministros do governo e a agenda que elegou o presidente.

A crise

O vereador do Rio de Janeiro tem atacado Mourão sistematicamente. Em entrevista publicada nesta quarta-feira, 24, pelo jornal O Estado de S. Paulo, outro filho do presidente (Eduardo, deputado federal) corrobora com a campanha do irmão.

Parte do alto escalão do Planalto tenta baixar a temperatura. Na terça-feira, 23, o porta voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, deu a declaração em que se falou em “ponto final” no caso Mourão-Carlos.

“Declarações individuais, publicadas nas mais diversas mídias, são de exclusiva responsabilidade daquele que as emite”. O pronunciamento, porém, não desautorizou o conteúdo do que tem sido dito pelo vereador nas redes sociais.

Notas publicadas por jornais falam que se suspeita que o próprio presidente Jair Bolsonaro concorda com campanha anti-Mourão de Carlos. O apoio de Eduardo dá força à tese. Um dos vídeos compartilhados pelo vereador, o que fala que Carlos não faz nada sem o aval do pai, pode ser entendido como mais um indício de concordância do presidente com a fritura do vice.

A crise começou no fim de semana, quando um vídeo com críticas aos militares integrantes do governo foi publicado inclusive na conta de Bolsonaro no Youtube. Posteriormente, o material foi removido.

O que incomoda os filhos do presidente é o protagonismo tomado pelo vice, muitas vezes consertando declarações desastradas de Bolsonaro. No fim do mês passado, ele se aproximou de alguns dos principais empresários do Brasil.

Essa não é a primeira escaramuça entre Carlos Bolsonaro e um membro importante do governo federal. O ex-ministro Gustavo Bebianno também era desafeto do filho do presidente. Bebianno atribuiu sua demissão a Carlos. Como vice, Mourão não pode ser demitido.

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Fonte: Redação Terra
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