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Política

OEA: credibilidade dos que julgarão Dilma é preocupante

15 abr 2016 - 13h15
(atualizado às 13h30)
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O secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que nesta sexta-feira se reunirá com a presidente Dilma Rousseff, manifestou sua preocupação com a "credibilidade" dos que decidirão se a líder será submetida a um julgamento visando o impeachment.

"Preocupado com (a) credibilidade de alguns daqueles que julgarão e decidirão o processo" contra Dilma, escreveu o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) em sua conta na rede social Twitter.

Imagem de arquivo do secretário geral da OEA, Luis Almagro, em 8 de agosto de 2015
Imagem de arquivo do secretário geral da OEA, Luis Almagro, em 8 de agosto de 2015
Foto: Reuters

Almagro também apontou que Dilma "está sendo julgada de uma forma diferente: ela não é acusada de nenhum crime".

O ex-chanceler uruguaio respaldou assim a posição do governo, que classifica o processo contra a governante de "golpe" e nega que tenha cometido algum "crime de responsabilidade".

Segundo a acusação, Dilma fez manobras contábeis ilegais para maquiar os resultados do governo em 2014 e 2015, modificar orçamentos mediante decretos e acumular dívidas e contratar créditos com os bancos públicos.

O governo, no entanto, sustenta que isso foi feito dentro do marco legal, embora tenha admitido que essas manobras podem ter constituído alguma "falta" administrativa, que a Constituição não castiga com um impeachment.

Almagro será recebido hoje por Dilma no Palácio do Planalto, ao mesmo tempo que na vizinha sede do parlamento o plenário da Câmara dos Deputados realiza a primeira de três sessões nas quais definirá se o processo avança à instância definitiva do Senado.

A votação será no domingo e, caso uma maioria de 342 votos dos 513 possíveis se incline a favor do processo, a palavra passará ao Senado, que decidirá se haverá julgamento político.

Nesse caso, Dilma seria afastada durante os 180 dias que o Senado terá para realizar o julgamento e nesse período seria substituída pelo vice-presidente Michel Temer, que rompeu suas relações com a governante.

O trâmite foi retomado depois que o STF rejeitou, na madrugada de hoje, uma reivindicação apresentada pela Advocacia Geral da União, que pedia a anulação de parte do processo por supostos "vícios processuais", que foram desconsiderados pela maioria dos magistrados.

EFE   
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