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Alckmin diz esperar que Eduardo Azeredo se entregue

O pré-candidato procurou se afastar de ex-presidente do PSDB, que teve mandado de prisão expedido e está foragido

23 mai 2018 - 14h32
(atualizado às 14h40)
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O pré-candidato à Presidência pelo PSDB, Geraldo Alckmin, procurou nesta quarta-feira se afastar de Eduardo Azeredo, ex-governador tucano de Minas Gerais que teve mandado de prisão expedido na terça-feira pela Polícia Civil e está foragido, e disse acreditar que ele se entregará.

Pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, durante evento com prefeitos em Niterói
08/05/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, durante evento com prefeitos em Niterói 08/05/2018 REUTERS/Ricardo Moraes
Foto: Reuters

"Cumprir a lei. Tenho certeza que ele vai se apresentar e vai cumprir a decisão judicial. Foi condenado, tem que cumprir", disse o ex-governador de São Paulo a jornalistas após participar de sabatina promovida por UOL, Folha de S.Paulo e SBT em São Paulo.

Azeredo, que além de governador também foi senador, deputado federal e presidente do PSDB, teve negado na terça-feira o último recurso contra a condenação a 20 anos e 1 mês de prisão por peculato (desvio de verbas públicas) e lavagem de dinheiro, no caso conhecido como mensalão tucano, e teve sua prisão determinada pela Justiça de Minas Gerais.

"Acho que ele deve se entregar e deve cumprir, embora ainda possa ter recurso, mas tem que cumprir a decisão que já está em vigor", afirmou Alckmin.

Questionado sobre se o PSDB, partido que preside, cogita a expulsão de Azeredo, Alckmin minimizou o impacto sobre o partido e não disse nem que sim nem que não.

"Ele já está afastado da vida partidária há quase 10 anos, com mandado de prisão, vai ser preso, vai cumprir decisão judicial, então nem se discute candidatura ou nada disso", disse.

Segurança

Com o tema da segurança pública no topo da pauta das eleições, Alckmin defendeu que seja feito um trabalho conjunto entre Estados, municípios e governo federal para combater contrabando, lavagem de dinheiro, tráfico de drogas e tráfico de armas, que, na avaliação do tucano, é um dos grandes motivos dos atuais níveis de criminalidade do País.

"O governo federal tem que liderar esse trabalho. O problema não é só do Rio de Janeiro, ou de São Paulo, é do Brasil inteiro e quanto mais pobre a região, pior é a violência", afirmou o presidenciável, acrescentando que uma cooperação entre Países latino-americanos é também primordial neste sentido.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, em 2017 o Estado teve o maior índice de mortes por policiais em serviço desde o início dos registros. O número, segundo Alckmin, se deve ao forte armamento dos criminosos.

"A letalidade policial vai cair à medida que o bandido não estiver com o fuzil na mão. Então hoje o problema nosso é tráfico de armas, os bandidos estão fortemente armados. Nós não queremos que haja letalidade, agora, você tem que prender o criminoso", afirmou.

Alckmin, que em abril renunciou ao governo de São Paulo para disputar a eleição depois de governar o Estado desde 2010 na segunda passagem pelo cargo, foi indagado sobre se houve omissão do governo em relação ao Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das principais facções criminosas do País que tem origem paulista e se espalhou para outras regiões. O tucano não respondeu diretamente, limitando-se a dizer que São Paulo tem o melhor sistema penitenciário do Brasil.

Bolsonaro e PT

Ao falar sobre concorrentes, Alckmin foi duro ao comparar o pré-candidato do PSL, Jair Bolsonaro, ao PT, alegando que ambos "são a mesma coisa".

"O Bolsonaro e o PT são a mesma coisa. É corporativismo puro, não tem interesse coletivo, é a defesa de corporação", afirmou o ex-governador.

Segundo ele, houve muito sofrimento no Brasil com o que chamou de "período populista". Ao falar sobre Bolsonaro, afirmou: "caranguejo é que anda para trás, o Brasil não vai regredir".

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