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Política

Ala do MDB declara apoio a Lula no 1º turno e pressiona candidatura de Tebet

18 jul 2022 - 18h59
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Uma ala do MDB se reuniu nesta segunda-feira, 18, com o ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) e declarou apoio ao petista na disputa presidencial, o que pode dificultar a pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) à Presidência. A convenção do PT que oficializará o nome de Lula ao Planalto ocorre nesta quinta-feira, 21. A do MDB está marcada para a próxima semana, dia 27.

A reunião entre caciques do MDB e Lula foi realizada na sede da Fundação Perseu Abramo, em São Paulo. Pelo PT, além do ex-presidente, compareceram a presidente da do partido, a deputada Gleisi Hoffmann, o ex-ministro Aloizio Mercadante e o tesoureiro Márcio Macedo.

Segundo o senador Eduardo Braga (MDB-AM), presente no encontro, a sigla vai apoiar o PT em 11 Estados ainda no primeiro turno. Trata-se de regiões em que as legendas firmaram alianças no âmbito regional. Na lista do parlamentar, estão seu Estado, o Amazonas, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Paraíba, Alagoas, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Pará e Rio Grande do Norte.

"Todos os Estados aqui mencionados estão vindo até a presença do senhor no dia de hoje pelo fato de que tomamos a decisão de apoiar a sua candidatura. Portanto, nós temos aqui 11 Estados representados do MDB comprometidos com um projeto de Brasil que todos queremos" disse Braga a Lula no encontro de hoje.

Além de Braga, também participaram da reunião os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Rose de Freitas (MDB-ES), Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), Marcelo Castro (MDB-PI), o ex-governador Renan Filho (MDB-AL), os ex-senadores Edson Lobão (MDB-MA), Eunício de Oliveira (MDB-CE), ex-ministro Leonardo Picciani (MDB-RJ) e o deputado Lucio Vieira Lima (MDB-BA).

No entanto, nem todos os citados pelo senador declararam apoio a Lula, e, entre aqueles que compareceram à sede da Perseu Abramo, há pelo menos um emedebista cujo diretório fechou aliança com um candidato do PL.

No caso do Rio de Janeiro, apesar da presença de Picciani, que foi ministro dos Esportes de Dilma Rousseff, o MDB no Estado indicou o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis (MDB) como candidato a vice de Claudio Castro (PL), que vai rivalizar com Marcelo Freixo (PSB), apoiado pelo PT.

O cenário do Rio fica mais complexo na medida em que o deputado estadual André Ceciliano (PT), candidato petista ao Senado, tem boa relação com Castro e integrantes do PL no Rio. Lula não terá um palanque com Castro, ao contrário de outros Estados em que o MDB fechou alianças regionais com o PT. No entanto, há um pacto de não agressão com Lula.

Por outro lado, parte dos emedebistas que compareceram à reunião prometem se manifestar contra a candidatura de Simone durante as convenções. Este é o caso de Paulo Dantas, governador de Alagoas, e do senador Renan Calheiros (MDB).

Até aqui, os nomes que declararam abertamente o voto contra Simone, no entanto, não são suficientes para barrar a candidatura nas convenções, que acontecem no próximo dia 27. No entanto, alianças do PT e do MDB em 11 Estados podem minar os palanques da emedebista, especialmente no Norte e no Nordeste.

Durante a reunião, Gleisi buscou tom conciliador em relação a Simone, com quem o PT conta com apoio em um eventual segundo turno das eleições contra Jair Bolsonaro (PL). "Quero aqui colocar o meu respeito e consideração à senadora Simone, de quem fui colega durante uma parte do meu mandato no Senado, a legitimidade do MDB em apresentar sua candidatura, mas eu acho que estamos em um momento agora em que temos que unir forças democráticas e progressistas para evitar uma tragédia maior no Brasil", disse Gleisi antes da reunião entre o PT e caciques do MDB. "Penso que o momento é agora, não temos muito tempo para fazer isso", emendou.

Na tarde desta terça, 18, o presidente do MDB, Baleia Rossi, afirmou, em suas redes sociais "com alguns dirigentes do MDB que supostamente estariam com outro candidato a presidente". "Eles me garantiram que vão apoiar Simone Tebet na convenção que vai homologá-la candidata. Decidimos por maioria, respeitando as minorias. Teremos apoios nos 27 Estados", afirmou.

Estadão
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