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Polícia

Viúvo acusa falso médico de fazer parto que matou mulher e bebê

7 set 2010 - 03h21
(atualizado às 08h48)
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O falso médico Silvino da Silva Magalhães, 40 anos, preso nesse domingo pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Saúde Pública (DRCCSP), foi apontado nessa segunda-feira por pacientes e parentes de vítimas como responsável por pelo menos duas mortes em partos executados por ele. O estudante de Medicina da Unig, segundo a polícia, se identificava como ginecologista e obstetra do Hospital das Clínicas de Belford Roxo, no Rio de Janeiro.

O vigia André Souza Carvalho, 33, procurou na segunda o delegado Antônio Silvino, da 54ª DP (Belford Roxo), acusando o falso médico de ter feito a cesariana da mulher, Lucimar de Paula Dias Carvalho, 27, morta no parto com a filha, que se chamaria Rebeca. No atestado de óbito, a morte do bebê tem "causa indeterminada". A da mãe seria por "edema dos pulmões, congestionamento das vias aéreas e hipertrofia cardíaca". As mortes, em 9 de maio, Dia das Mães, foram registradas na 54ª DP.

"Ele alegou, na ocasião, que foi eclâmpsia (doença grave que pode afetar gestantes e é marcada por hipertensão arterial). Mas ela não tinha pressão alta", protesta o viúvo, que reconheceu o estudante pelo jornal. "Quando vi a cara daquele sujeito, levei um choque. Desabei a chorar. Sinto muita falta dela. A prisão desse falso médico veio remoer de novo meu coração", contou. Lucimar fez o pré-natal na Clínica das Mães, em Belford Roxo, e, até a internação, segundo a família, ela e o bebê tinham boa saúde.

"De forma abrupta, (o falso médico) disse que ela e o bebê não tinham resistido. Foi um momento de total de desespero, que eu jamais vou esquecer", lembra a mãe da vítima, Berenice de Paula, 55.

Magalhães foi preso em flagrante domingo por policial que se passou por paciente. Indiciado por exercício ilegal da Medicina e falsificação de documento, ele também pode responder por homicídio doloso, segundo o delegado, que investigará o possível envolvimento do dono da clínica, o médico Deodalto José Ferreira, em nome de quem o estudante do 9º ano de Medicina estaria usando carimbo. Procurado por O DIA, o diretor do Hospital das Clínicas não foi localizado. Na unidade, foi informado que Deodalto estava em São Paulo.

Paciente perdeu sensibilidade após cirurgia

Outra possível vítima do falso médico, a dona de casa Tatiane Silva da Rosa Vieira, 22 anos, conta que, desde o parto de sua filha, feito por Silvino, no último dia 21, perdeu a sensibilidade abaixo do umbigo. "Vou procurar um médico amanhã (hoje) ou na quarta", disse ela, que pretende processar o hospital.

A autônoma Adriana de Souza Queiroz, 27 anos, está em coma no Hospital Pasteur, no Méier, após ter se submetido a cirurgia para retirada do útero no mesmo hospital. Ela procurou a unidade depois de complicações resultantes de um aborto. Segundo a família, o estado de saúde dela piorou após o atendimento no hospital em que o falso médico foi preso.

Fonte: O Dia
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