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Polícia

Prefeitura e PM negam mortes em ação no Pinheirinho

23 jan 2012 - 21h15
(atualizado às 21h16)
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A prefeitura de São José dos Campos (SP) e a Polícia Militar reagiram nesta segunda-feira a declarações do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) da cidade, Aristeu César Pinto Neto, segundo o qual a ação de reintegração de posse levada a cabo desde domingo no terreno do Pinheirinho pode ter deixado mortos. Segundo a assessoria de imprensa do Executivo relatou ao Terra, trata-se de uma "história absolutamente fantasiosa, uma mentira deslavada da Comissão de Direitos Humanos da OAB".

Grupo de moradores da comunidade Pinheirinho, ocupada em São José dos Campos, interior de SP, fez uma manifestação nesta sexta-feira contra a ordem de reintegração de posse
Grupo de moradores da comunidade Pinheirinho, ocupada em São José dos Campos, interior de SP, fez uma manifestação nesta sexta-feira contra a ordem de reintegração de posse
Foto: Mário Ângelo / Futura Press

"Não tem nenhum caso de morte. Há um caso de um homem de 30 anos atingido por um tiro no domingo à tarde. Ele está em recuperação no hospital municipal, passou por cirurgia sem nunca sequer ter corrido risco de vida. Além disso, ele foi atingido fora da área da reintegração de posse", afirmou a assessoria, segundo a qual perfis em redes sociais "passaram o domingo plantando notícias e espalhando boatos". "Não é a OAB, é o dirigente dessa comissão que resolveu institucionalizar, dar roupagem de verdade para uma mentira", apontou a assessoria, acrescentando que encaminhou protestos junto à OAB estadual e ao conselho federal da ordem.

A Polícia Militar classificou a declaração como "improcedente" e "irresponsável". "Toda a ação foi documentada e acompanhada por autoridades do Poder Judiciário. Refutamos qualquer tentativa irresponsável de desviar o foco fático do andamento das ações desenvolvidas no local, com seriedade, transparência, respeito às instituições democráticas da nação brasileira e da preocupação com o cidadão, no transcorrer das ações que estão em curso, principalmente por parte de profissional que não tenha a chancela da instituição à qual está vinculado", discorre nota da PM.

Neto, que é advogado dos moradores do Pinheirinho, disse que a reação da prefeitura o surpreende tanto quanto o fato de que guardas civis municipais têm se munido de armamento letal durante o apoio às operações da Polícia Militar, que se vale de bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Segundo o presidente da OAB de São José dos Campos, Julio Aparecido Costa Rocha, as declarações de Aristeu não representam a instituição. "São declarações isoladas, dele, enquanto advogado dos moradores. Ninguém está autorizado a falar pela OAB daqui senão eu. O que ele falar é parcial. Não temos nenhuma informação que indique a ocorrência de mortes no Pinheirinho", disse.

A afirmação de que a truculência policial havia deixado mortos foi noticiada pela Agência Brasil. Ao Terra, Neto disse que essa é uma possibilidade sob investigação. "Requisitamos ao IML (Instituto Médico-Legal) relatório sobre as ocorrências do domingo e solicitamos aos hospitais que forneçam a documentação pertinente, já que houve narrativas por parte dos moradores de que houve mortes. São muitos relatos convergentes, como o de um episódio em que uma bomba de gás foi lançada em uma tenda com uma mãe e crianças que depois saíram em ambulâncias."

De acordo com a PM, no Pinheirinho foram detidas 30 pessoas por resistência, desordem e danos ao patrimônio público; apreendidos três foragidos da Justiça; presos cinco pessoas por tráfico, roubo e outros delitos; recuperado um veículo roubado; apreendidas duas armas, sendo um revólver e uma espingarda calibre 12; apreendidos 1,1 mil invólucros de maconha e 388 pinos de embalar cocaína; e localizadas três bombas caseiras incendiárias, uma delas nas mãos de um dos ocupantes do terreno. Moradores teriam, ainda, incendiado oito veículos de passeio, uma caminhonete da imprensa e um caminhão de uma escola técnica.

Fonte: Terra
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