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Polícia

Entidades condenam violência contra jornalistas em protestos

21 jun 2013 - 15h23
(atualizado às 15h34)
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<p>A rep&oacute;rter Giuliana Vallone, do jornal Folha de S. Paulo, foi atingida no olho por uma bala de borracha da PM</p>
A repórter Giuliana Vallone, do jornal Folha de S. Paulo, foi atingida no olho por uma bala de borracha da PM
Foto: Guilherme Kastner / Brazil Photo Press

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) declarou nesta sexta-feira, em nota à imprensa, que a entidade está preocupada com o acirramento da violência vista nas manifestações realizadas em várias cidades do País, na noite de ontem. "As agressões a profissionais de imprensa e atos de vandalismo, como os ocorridos na última semana, com a intenção de impedir a cobertura dos fatos, devem ser rechaçados por atentarem contra a liberdade de imprensa e o direito à informação", diz o comunicado.

Protesto contra aumento das passagens toma as ruas do País; veja fotos

Entre os casos citados está o do repórter Pedro Vedova, da TV GloboNews, do Rio de Janeiro, ferido com um tiro de bala de borracha, disparado pela polícia no confronto com os manifestantes. A Abert também condenou o ataque ao veículo de reportagem do SBT. Além de roubarem os equipamentos do carro, os agressores picharam o veículo e depois colocaram fogo. "Felizmente, não havia ninguém dentro do veículo", destacou a entidade.

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Na última quarta-feira, o repórter da Agência Brasil Vladimir Platonow também foi vítima dessa violência ao ser agredido por seguranças do Terminal Rodoviário Presidente João Goulart, no centro de Niterói, na região metropolitana do Rio. Ele registrava, com uma câmera, a correria de manifestantes, que tentavam fugir de perseguições policiais no local.

Em nota, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) condenou a violência e salientou que "a EBC defende que seus profissionais devem ser respeitados e jamais impedidos do livre exercício do jornalismo".

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e outras nove entidades já protestaram, também por meio de nota, contra as agressões aos profissionais de imprensa. Neste comunicado, as entidades manifestaram preocupação com a garantia da liberdade de imprensa e da liberdade de manifestação. O sindicato destacou que, só em São Paulo, mais de 20 jornalistas ficaram feridos e dois foram presos deles.

As entidades reivindicam o acompanhamento do grupo de trabalho sobre proteção a jornalistas, da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, e a denúncia dos casos às relatorias de liberdade de expressão da Organização dos Estados americanos (OEA) e da Organização das Nações Unidas (ONU).

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

Veja momento em que jornalista é preso por portar vinagre:

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Agência Brasil Agência Brasil
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