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Polícia do Rio faz operação para prender 58 pessoas suspeitas de tráfico na Rocinha

13 jul 2013 - 15h44
(atualizado às 15h44)
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Apesar de pacificada e com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), o tráfico de drogas ainda continua na Favela da Rocinha. Para combater o problema, as polícias Civil e Militar fazem hoje (13) uma operação para prender 58 pessoas suspeitas de atuarem no comércio de drogas na comunidade, localizada na zona sul da capital fluminense. A favela, que é uma das maiores do Brasil, tem uma UPP desde setembro de 2012.

Os mandados de prisão, por crimes como corrupção ativa, associação para o tráfico e porte ilegal de armas, foram expedidos pela 35ª Vara Criminal da Capital. Até o início da tarde, 19 pessoas foram presas na operação, das quais 18 tinham já estavam com pedidos de prisão. As investigações contra a quadrilha foram iniciadas pela Delegacia de Polícia Civil da Gávea (bairro vizinho à Rocinha) no final de março deste ano.

Por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, os policiais identificaram que a venda de drogas na Rocinha continua ocorrendo e rendendo cifras milionárias aos criminosos. A quadrilha, segundo a Polícia Civil, está dividida em dois grupos, uma parte responsável pela parte baixa da favela, a mais lucrativa, e outra domina a parte alta.

Os chefes de cada grupo respondiam a Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso durante ocupação da Rocinha, no final de 2011. Mesmo preso, ele ainda chefia o comércio de drogas, por meio de um comparsa.

A ação foi desencadeada hoje porque, segundo a Polícia Civil, o chefe da quadrilha da parte alta da comunidade pretendia atacar o grupo da parte baixa e assumir o controle total da Rocinha neste final de semana. 'Durante o inquérito, tivemos a informação do risco de ter uma guerra na Rocinha. A operação foi deflagrada com o objetivo de evitar esta guerra, uma vez que, uma das finalidades da ocupação do território [pela polícia] é justamente evitar que conflitos entre grupos rivais não aconteçam', disse o titular da Delegacia da Gávea, Orlando Zaccone.

Segundo a polícia, vários pontos de venda de drogas foram identificadas na favela durante a investigação. Um mapeamento da Delegacia Policial da Gávea mostrou pelo menos 25 áreas da comunidade onde o comércio de entorpecentes ocorre. Zaccone disse que criminosos ainda atuam armados, para defender seus pontos de venda.

'Eles trabalham mais com armas menores, como pistolas. Alguns armamentos mais pesados [como fuzis] são colocados na rua durante a madrugada. Mas tudo é muito bem guardado durante o dia. Infelizmente ainda não conseguimos fazer a apreensão do material', declarou o delegado.

Segundo Zaccone, hoje, com a presença de policiais da UPP, os pontos de venda são mais itinerantes em vez das 'bocas de fumo' fixas do passado. Ele explicou que os criminosos hoje, na Rocinha, se comunicam por meio de mensagens de texto de celulares, para monitorar e avisar sobre a movimentação da polícia dentro da favela.

Edição: Aécio Amado

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