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PF prende Joesley Batista e dois ex-ministros da Agricultura

9 nov 2018 - 09h34
(atualizado às 18h34)
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Polícia Federal apura atuação de "organização criminosa" na Câmara e no Ministério durante governo Dilma, envolvendo JBS e políticos do MDB. Joesley já havia sido preso em setembro do ano passado.A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (09/11) o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, e dois ex-ministros da Agricultura do governo Dilma Rousseff - Antonio Andrade (MDB), atual vice-governador de Minas Gerais, e Neri Geller (PP), deputado federal eleito em outubro - por suspeita de participação num suposto esquema de corrupção na pasta.

O empresário Joesley Batista foi preso no ano passado por tentativa de obstrução de Justiça e solto em março
O empresário Joesley Batista foi preso no ano passado por tentativa de obstrução de Justiça e solto em março
Foto: DW / Deutsche Welle

Também foram presos Ricardo Saud - ex-diretor do grupo J&F, que controla a JBS -, Demilton de Castro, executivo da JBS, e o deputado estadual de Minas Gerais João Magalhães (MDB).

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Denominada Operação Capitu, a ação da PF é mais um desdobramento da Operação Lava Jato e foi baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB no esquema de corrupção.

No total, a ação envolve 63 mandados de busca e apreensão e 19 de prisão temporária no Distrito Federal, em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso.

Rodrigo Figueiredo, ex-secretário de Defesa Agropecuária, e alguns advogados também estão na lista de alvos da operação. Alguns mandados ainda não foram cumpridos, entre eles uma ordem contra um funcionário da JBS.

A Polícia Federal comunicou que apurou a atuação de "uma organização criminosa na Câmara dos Deputados e no Ministério, integrada por empresários e executivos de um grande grupo empresarial do ramo de processamento de proteína animal".

Segundo as investigações, políticos do MDB receberam propina da JBS, uma das maiores indústrias de alimentos do mundo, e, em troca, aprovaram medidas para beneficiar as empresas do grupo. O valor repassado ao partido, entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015, chegou a 30 milhões de reais.

Além deste montante, a JBS pagou ainda 2 milhões de reais para a regulamentação da exportação de despojos (restos bovinos não consumíveis); e 5 milhões de reais para a proibição do uso de longa duração do antiparasitário ivermectina.

Para a Polícia Federal, os empresários e funcionários da JBS, quando ainda atuavam em colaboração premiada com os investigadores, "teriam praticado atos de obstrução de Justiça, prejudicando a instrução criminal, com o objetivo de desviar a PF da linha de apuração adequada ao correto esclarecimento dos fatos".

"Mentiram e omitiram em alguns pontos. Há indícios muito fortes sobre isso. Por isso, as prisões foram expedidas", afirmou o delegado responsável pela operação, Mário Veloso.

Em setembro do ano passado, Joesley Batista e Saud já haviam sido presos, após a suspeita de terem omitido informações em acordo de delação premiada fechado com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Porém, eles foram soltos em março deste ano.

A defesa de Joesley alega que a nova prisão dele deve ser reconsiderada, pois o dono do frigorífico tem colaborado com as investigações, entregando dados e documentos à Polícia Federal.

"Causa estranheza o pedido de sua prisão no bojo de um inquérito em que ele já prestou mais de um depoimento na qualidade de colaborador e entregou inúmeros documentos de corroboração. A prisão é temporária e ele vai prestar todos os esclarecimentos necessários", afirma a defesa de Joesley, em nota.

TR/ots

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