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PF investiga crimes na Secretaria de Saúde do Recife

Operação faz busca em contratações emergenciais que teriam sido forjadas, além de apurar desvio de dinheiro público

16 jun 2020 - 09h34
(atualizado às 10h00)
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A Polícia Federal cumpre seis mandados de busca e apreensão no âmbito de uma operação que investiga contratos emergenciais feitos pela Secretaria de Saúde do Recife no âmbito dos esforços para combater a pandemia de covid-19, doença respiratória causada pelo novo coronavírus.

03/06/2020. Reuters/Bruno Kelly.
03/06/2020. Reuters/Bruno Kelly.
Foto: Reuters

De acordo com a PF, a operação Antídoto conta com apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e investiga os crimes de falsidade ideológica, peculato (desvio de dinheiro público) e dispensa indevida de licitação.

"Foram constatados indícios de que determinada empresa, favorecida com 14 dispensas de licitação, em valores superiores a 81 milhões de reais, estaria constituída em nome de 'laranjas' e não teria capacidade operacional para fazer frente aos contratos", disse a PF em nota.

"Além disso, foram detectadas diversas irregularidades nos procedimentos de dispensa de licitação realizados pela Secretaria de Saúde do Recife, indicando terem sido montados com o propósito de justificar a contratação da empresa investigada."

Procurada, a prefeitura do Recife não respondeu imediatamente a pedidos de comentários.

Em outra operação deflagrada em Pernambuco e batizada de Casa de Papel, a PF investiga a contratação, sem licitação, por prefeituras pernambucanas, de empresa para fornecimento de materiais médico-hospitalares para enfrentamento à pandemia também em parceria com a CGU. Os contratos investigados somam 9 milhões de reais.

"Verificou-se que a empresa contratada era de fachada, fora constituída em nome de laranjas e pertencia, em verdade, a um grupo econômico que já vinha sendo favorecido há quase uma década por contratações públicas milionárias, via de regra, envolvendo atividades de gráfica", informou a Polícia Federal, que não apontou quais prefeituras teriam feito as contratações.

"A investigação constatou que boa parte dos recursos públicos recebidos era sacada em espécie ou remetida para contas de 'laranjas' e de empresas fantasmas. Os saques realizados nessas contas eram sempre de forma fracionada, com o objetivo de não chamar a atenção dos órgãos de controle."

Nesta operação estão sendo cumpridos 35 mandados de busca e apreensão e os crimes investigados são organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção ativa e dispensa indevida de licitação.

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