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PF indicia ministro do Turismo por esquema de laranjas do PSL

Marcelo Álvaro Antônio e outros 10 foram indiciados pelo caso

4 out 2019 - 14h45
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A Polícia Federal indiciou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e outras 10 pessoas sob a suspeita de envolvimento no esquema de candidaturas laranjas no PSL em Minas Gerais. O político é acusado de comandar a escolha de candidaturas de mulheres na eleição de 2018 com o objetivo de desviar verba eleitoral no estado, conforme conclusão da investigação, iniciada com base em reportagens do jornal "Folha de S.Paulo".

    Álvaro Antônio foi indiciado por omissão na prestação de contas de campanha e pelo crime de associação criminosa. De acordo com o inquérito, ele também "era e ainda é o dono do PSL mineiro". O indiciamento faz parte da conclusão do inquérito da PF.

    Conforme informação do delegado Marinho Rezende, a investigação já foi entregue ao Ministério Público Eleitoral de MG e agora cabe às autoridades decidir se apresentará ou não uma denúncia à Justiça. O MPE ainda pode pedir novas investigações.

    Em nota, Antônio disse que não cometeu irregularidades e afirmou que irá provar sua inocência. "O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ainda não foi notificado oficialmente da decisão, mas reafirma sua confiança na Justiça e reforça sua convicção de que a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada".

    Segundo o texto, o ministro ressaltou que a investigação "teve como base uma campanha difamatória e mentirosa". "O ministro reitera que não cometeu qualquer irregularidade na campanha eleitoral de 2018".

    Em declaração ao blog de Valdo Cruz, o porta-voz da Presidência da República, Otávio de Rêgo Barros, disse que Bolsonaro "aguardará o desenrolar do processo" e, neste período, "o ministro permanece no cargo". O presidente, no entanto, não comentou o caso. Entenda o caso - Em fevereiro deste ano, o deputado federal mais votado em Minas Gerais e atual ministro do Turismo foi acusado de ter usado um esquema de candidaturas "laranjas" para desviar verbas públicas nas eleições de 2018.

    A informação foi revelada pelo jornal "Folha de São Paulo" e afirma que o político direcionou recursos de campanha para empresas ligadas ao seu gabinete na Câmara.

    Na época, a publicação informou que foram repassados R$279 mil a quatro candidatas - Lilian Bernardino, Mila Fernandes, Débora Gomes e Naftali Tamar - que conseguiram poucos votos no pleito.

    As "laranjas" fazem parte da cota feminina da bancada e estão entre as 20 candidaturas do partido que mais receberam dinheiro do fundo partidário.

    Do valor total, R$85 mil foram depositados na conta de empresas que são de assessores, parentes ou sócios do atual ministro do governo de Jair Bolsonaro.

    Ainda de acordo com o jornal, entre os destinatários do dinheiro está Haissander Souza de Paula, ex-assessor do gabinete parlamentar de Álvaro Antônio, e duas empresas de comunicação de um irmão de Roberto Silva Soares, ex-assessor e responsável por coordenar a campanha do atual ministro.

    Além disso, cerca de R$10 mil foram entregues a uma gráfica de uma sócia do irmão de Soares. Entre os serviços contratados com o valor está o disparo de mensagens para apoio a candidatos por meio do WhatsApp.

    A repercussão do caso resultou na demissão do coordenador de campanha de Bolsonaro, Gustavo Bebianno, que na ocasião ocupava o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

Ansa - Brasil   
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