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O Brasil na imprensa alemã (17/10)

17 out 2018 - 12h24
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A eleição presidencial e a provável vitória de Jair Bolsonaro foram o principal tema brasileiro nos jornais da Alemanha na semana que passou.Frankfurter Allgemeine Zeitung - O monstro brasileiro, 14/10/2018

Foto: DW / Deutsche Welle

Até pouco tempo atrás, quase ninguém conhecia Jair Bolsonaro. O capitão da reserva sentou quase 30 anos na Câmara dos Deputados, em Brasília, sem fazer algo digno de nota. E quando chamava a atenção era com declarações tão extremas que ninguém o levava a sério. Em 1999, por exemplo, ele sugeriu, numa entrevista de televisão, matar o presidente. Na época, Bolsonaro trombeteou: "Através do voto você não vai mudar nada neste país" e descreveu a ditadura militar como uma época gloriosa "de 20 anos de ordem e progresso". Se ele fosse presidente, disse, fecharia o Congresso no primeiro dia. "Só vai mudar no dia em que partir para uma guerra civil e fazendo o trabalho que o regime militar não fez: matando uns 30 mil, começando pelo FHC". Esse era o presidente, na época. E não serve de consolo que isso tenha sido dito há 30 anos. Pois o Bolsonaro de hoje, aos 63 anos, ainda é o mesmo: quatro anos atrás, ele disse para uma deputada que ela não merecia ser estuprada. E esse é o homem que recebeu o voto de 46% dos eleitores brasileiros.

Süddeutsche Zeitung - Ódio na prática, 12/10/2018

A violência se espalha no Brasil depois do sucesso de Jair Bolsonaro. Na segunda-feira, o popular músico e capoeirista Moa do Katendê foi enterrado em Salvador da Bahia. Na noite anterior, pouco depois do anúncio da vitória do populista de direita Jair Bolsonaro no primeiro turno da eleição presidencial, mestre Moa entrou num bar em Salvador onde apoiadores de Bolsonaro festejavam. Segundo testemunhas, ele disse em voz alta: "Aqui nós apoiamos o PT". Depois disso, o criminoso - que foi foi detido e confessou - deixou o local, voltou dez minutos depois com uma faca e matou Moa do Katendê, de 63 anos, com 12 facadas. Ele é a vítima mais conhecida de uma onda de ódio que pode ser sentida em todo o Brasil. Jair Bolsonaro, o homem que, em breve, vai governar o maior país da América do Sul, comentou: "O cara lá que tem uma camisa minha, comete lá um excesso. O que eu tenho a ver com isso?" Tirando o fato de que não foi exatamente um excesso, mas um assassinato, pode-se supor que o candidato tem, sim, muito que ver com tudo isso - já se perdeu a conta das declarações misantropas e de glorificação da violência dadas por Bolsonaro nos últimos meses.

Die Welt - Um clã de extrema direita almeja o poder, 10/10/2018

Os Bolsonaro são fieis a si mesmos. Mulheres de esquerda são menos bonitas e higiênicas - foi assim que Eduardo Bolsonaro zombou das milhares de participantes dos protestos #EleNão em todo o país. Elas saíram às ruas em mais de 30 cidades para protestar contra o candidato populista de direita Jair Bolsonaro. Eduardo é um dos filhos dele. Feiura como argumento no debate político é uma quebra de tabu típica dos Bolsonaro.

AS/ots

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