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Noruega tem que aprender com Brasil sobre preservação florestal, diz Onyx

12 nov 2018 - 19h54
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Numa forte crítica sobre a atuação de organizações não-governamentais (ONGs) no país, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta segunda-feira que não é possível uma entidade da Noruega vir ao Brasil para dizer o que o país deve fazer na área ambiental e indicou que, por trás do trabalho dessas entidades há o interesse de receber parte dos recursos obtidos com multas ambientais aplicadas no Brasil.

Onyx Lorenzoni durante entrevista à Reuters em Brasília
16/10/2018 REUTERS/Adriano Machado
Onyx Lorenzoni durante entrevista à Reuters em Brasília 16/10/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

Segundo Onyx, o presidente eleito Jair Bolsonaro vai receber na terça-feira um pré-estudo feito sobre essa questão.

"Vocês lembram que ele (Bolsonaro) mesmo falou na semana passada dos tais 14 bilhões (de reais) de multa, onde as ONGs nacionais e internacionais levam 40 por cento desse dinheiro. Só para gente poder entender como é que estão as coisas acontecendo. Há agora 1 bilhão de reais que vai ser destinado a algumas ONGs brasileiras e internacionais, então a gente está muito preocupado com isso", disse ele, em entrevista coletiva em Brasília.

O futuro ministro da Casa Civil se refere a um decreto, assinado pelo presidente Michel Temer em outubro de 2017, que prevê a conversão das multas em serviços ambientais em troca de um desconto.

Sob o decreto, o infrator tem direito a um desconto na multa caso empenhe o recurso da infração em serviços ambientais, seja com execução própria do serviço ou através de cotas em projetos maiores. O governo realiza um chamamento público para esses projetos e ONGs nacionais e internacionais podem participar.

Na entrevista, Onyx disse ainda que o percentual de preservação do Brasil é superior ao de outros países.

"Se a gente for olhar tecnicamente --isso ele (Bolsonaro) vai ver amanhã-- a média de conservação dos países que têm territórios semelhantes ao nosso, das suas matas, é de 10 por cento. O Brasil tem 31 por cento de preservação das suas matas, é três vezes mais", completou.

Questionado se o Brasil poderia reduzir seu percentual de preservação para 10 por cento, Onyx negou, mas aproveitou para tecer críticas a ONGs europeias.

"Claro que não, né, amigo? Seria uma irresponsabilidade escrever isso ou falar isso. Porque, primeiro, nós vamos preservar o Brasil, agora, com altivez. Não dá para vir a ONG da Noruega ou lá da Holanda e vir aqui dizer o que a gente tem que fazer. Porque lá, tu dá três palmo da linha d'água, e --eu vi-- eles plantam tudo", afirmou.

A Noruega é o principal financiador do Fundo Amazônia, criado pelo governo brasileiro para financiar medidas de preservação da floresta.

"O que vale é a Noruega? E a floresta norueguesa, quanto eles preservaram? Só uma pergunta importante que tem que ser lembrada: o Brasil preservou a Europa inteira, territorialmente, toda a União Européia, com as nossas matas, mais cinco Noruegas. Os noruegueses têm que aprender com os brasileiros e não a gente aprender com eles", afirmou, irritado.

Onyx afirmou que existem "vários nomes" cotados para ocupar o cargo de ministro do Meio Ambiente, mas não quis citar nenhum deles.

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