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Não aceitaremos uma farsa eleitoral, ameaça Bolsonaro

31 jul 2021 - 14h17
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O presidente Jair Bolsonaro voltou a subir o tom neste sábado e disse em discurso a apoiadores que não vai aceitar uma "farsa" nas eleições, insinuando -- novamente sem provas -- que haveria irregularidades nas urnas eletrônicas e defendendo a adoção do voto impresso para elas.

"Quando se fala em democracia, ela só existe quando existem também eleições limpas. Não é como um ou outro quer; é da forma que o povo deseja. Nós queremos eleições, nós queremos votar, mas não aceitaremos uma farsa como querem nos impor", ameaçou.

"Pode ter certeza: o soldado que vai à guerra e tem medo de morrer é um covarde. Jamais temerei alguns homens aqui no Brasil que querem impor a sua vontade. A vontade do Brasil é a vontade de Deus. E a vontade aqui na terra é a vontade de cada um de vocês", emendou ele em transmissão pelas redes sociais, depois de participar de uma motociata e outros eventos em Presidente Prudente (SP).

Na quinta-feira, o presidente fez uma live em que, apesar da promessa de que divulgaria uma "bomba", não apresentou provas do que seriam supostas irregularidades nas urnas eletrônicas. Foram apresentados apenas vídeos antigos da internet que já tinham sido desmentidos.

Em baixa nas pesquisas de intenção de voto e com a popularidade chamuscada por críticas ao enfrentamento da pandemia, Bolsonaro tem elevado a pressão sobre a adoção do voto impresso das urnas e já chegou a afirmar que poderia não aceitar o resultado das eleições no próximo ano pelo atual sistema.

Em outro momento da agenda no interior paulista no sábado, o presidente voltou novamente em discurso ao tema das eleições e disse que o que mais quer e tem feito é jogar dentro das quatro linhas da Constituição.

"O que eu mais quero, mais tenho feito é jogar dentro das quatro linhas da nossa Constituição e a alma da democracia é o voto de cada um de vocês e vocês tem de ter certeza de que em aqueles que vocês votaram o voto foi exatamente para aquela pessoa", disse durante o credenciamento de um hospital ao Sistema Único de Saúde.

"Não abrimos mão de eleições democráticas, limpas e confiáveis no ano que vem. Tudo se aperfeiçoa, é modernizado, apenas esse sistema continua praticamente idêntico daquele existente no seu nascedouro dos anos 90", destacou.

Apesar das falas do presidente, o atual sistema de votação é auditável e foi por meio dele em que ele próprio se elegeu para deputado federal várias vezes e presidente em 2018.

(Edição de Alexandre Caverni)

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