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Mundo precisa encontrar solução duradoura para Síria; uso da força apenas não resolve, diz Temer

14 abr 2018 - 14h41
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O presidente Michel Temer pediu neste sábado o envolvimento das Nações Unidas em uma solução duradoura, baseada no direito internacional, para o conflito na Síria a afirmou que o uso da força não resolve.

"Há uma profunda preocupação no nosso país com a escalada do conflito militar na Síria. Já é passada a hora de encontrarmos soluções duradouras baseadas em direito internacional. Uma guerra que se estende já há tempo demais, com perdas humanas demais", disse Temer.

Falando a jornalistas brasileiros antes de embarcar de volta ao Brasil, o presidente acrescentou que a solução para a Síria não pode vir "apenas pela força". A conversação, a via diplomática e o convencimento são fundamentais para isso".

Temer evitou condenar diretamente o ataque ordenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a bases militares do país do Oriente Médio, e apoiado pela Grã Bretanha e a França. Segundo Temer, a notícia na noite de sexta parecia mais "aflitiva", mas que a informação esta manhã mostrava que o ataque havia sido restrito.

O presidente condenou o uso de armas químicas por parte do governo sírio e pediu o engajamento da comunidade internacional em uma solução definitiva.

"Essas questões devem ser resolvidas com base no direito internacional. Por isso é importante que as Nações Unidas entrem nessa questão para resolver o conflito. Não se pode deixar isso quase eternamente, como vem acontecendo, prejudicando as ações internacionais e a região", afirmou.

Mais cedo, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, afirmou que o Brasil repudia o uso de armas químicas mas está preocupado com o aumento das ações militares na Síria e defende uma solução política para a guerra civil naquele país.

"Estamos muito preocupados com o aumento das ações militares na Síria, assim como já estávamos, reitero, muito preocupados com as graves denúncias ataques químicos", disse o ministro a jornalistas em Lima, onde participa da Cúpula das Américas.

Forças norte-americanas, britânicas e francesas bombardearam a Síria com mais de 100 mísseis neste sábado nos primeiros ataques ocidentais coordenados contra o governo de Damasco, tendo como alvo o que chamaram de centros de armas químicas em retaliação a um ataque com gás venenoso, que acusam ser de responsabilidade do governo sírio.

"Aguardamos a conclusão o mais rápido possível das investigações no âmbito da Opaq (Organização para a Proibição de Armas Químicas), para que se possa punir os responsáveis", acrescentou Aloysio Nunes. "O Brasil defende uma solução política negociada pelos sírios que preserve a unidade territorial do país."

O ministro disse ainda que entrou em contato com o pessoal diplomático brasileiro na capital síria, Damasco, e que "não houve danos colaterais".

Questionado se isso tirava importância da cúpula de Lima, o ministro brasileiro disse acreditar que não seja o caso.

Mas diplomatas brasileiros ouvidos pela Reuters afirmaram que o ataque tira a atenção de uma cúpula já esvaziada pela ausência do próprio Trump, e as dificuldades de tratar de temas centrais para a região, como a crise na Venezuela.

Em nota, o Itamaraty manifestou "grande preocupação" com a escalada do conflito militar e repetiu a fala de Temer e Aloysio, afirmando que a solução para a Síria passa pela Carta da ONU e pelo direito internacional. "O Brasil reitera o entendimento de que o fim do conflito somente poderá ser alcançado pela via política, por meio das tratativas sob a égide das Nações Unidas e com base nas resoluções do Conselho de Segurança", diz o texto.

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