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Mourão admite que governo começou tarde e operação na Amazônia pode não ter impacto em desmatamento este ano

10 jul 2020 - 14h33
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O vice-presidente Hamilton Mourão, coordenador do Conselho da Amazônia, admitiu nesta sexta-feira que o governo começou tarde a ação contra o desmatamento na região e poderá não ter bons resultados este ano.

Vice-presidente Hamilton Mourão 
17/04/2020
REUTERS/Ueslei Marcelino
Vice-presidente Hamilton Mourão 17/04/2020 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

"Começou tarde, lógico. O começo em maio vai nos dar uma melhor situação em relação a queimadas, mas não ao desmatamento", disse o vice-presidente.

O governo implementou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem para operar na Amazônia Legal a partir de maio deste ano, renovada nesta sexta até novembro deste ano. Mourão admite que a operação deveria ter começado em dezembro de 2019 para ser efetiva contra desmatadores.

"Eu já coloquei para vocês que as ações contra o desmatamento tinham que ter começado em dezembro do ano passado, que é quando ele começa efetivamente", disse. "Tenho colocado também que vamos prosseguir nesse tipo de trabalho até o final de 2022 ou até que a turma que desmata se dê conta que não dá para fazer isso."

Os números do desmatamento do mês de junho, revelados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta sexta, mostram que o desmatamento continua acelerando no país pelo 14º mês consecutivo. Em relação a junho de 2019, quando a retirada e mata nativa já havia batido recordes, o avanço foi de 10,7%.

Nos primeiros seis meses do ano, a área desflorestada cresceu 25%, chegando a 3.066 quilômetros quadrados.

Mourão reafirmou que o governo precisa encontrar soluções permanentes para a fiscalização na Amazônia Legal, para além da GLO.

"O Ibama hoje tem 300 fiscais, como você vai operar com 300? E os fiscais não estão na Amazônia. Vamos lembrar que tem o cara que está em Abrolhos, tem o outro que está no parque de Aparados da Serra, outro em Foz do Iguaçu... a gente precisa contratar gente. Ou tirar a turma que está no serviço administrativo, no ar condicionado, e botar no meio da selva", disse.

"Porque o que acontece hoje: um faz concurso para fiscal, outro para agente administrativo. A gente precisa ver os que estão em excesso e dizer, olha aqui, vamos passar para a fiscalização. Hoje eu não tenho flexibilidade para isso", acrescentou.

De acordo com o próprio Ibama, o órgão tem na verdade cerca de 700 fiscais.

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