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Polícia

Moro espera que prisão de ex-PMs ajude a esclarecer morte de Marielle

Em uma operação conjunta, o MP e Polícia Civil do Rio prenderam dois suspeitos de matar a vereadora e o motorista Anderson Gomes

12 mar 2019 - 12h35
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, espera que as prisões dos acusados de ter assassinado a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em março de 2018, bem como o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos, sejam "mais um passo para a elucidação completa deste grave crime e para que todos os responsáveis sejam levados à Justiça".

Por meio da conta oficial do ministério no Twitter, Moro destacou nesta terça-feira(12) que a Polícia Federal (PF) tem contribuído com as investigações, a cargo da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro. O ministro garantiu que a PF continuará colaborando com todos os recursos necessários à continuidade das investigações, incluindo as já instauradas, para apurar supostas tentativas de obstruir o avanço do trabalho policial.

Policiais da DH da Polícia Civil e promotores do Ministério Público realizam Operação Lume, que prendeu dois suspeitos de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco
Policiais da DH da Polícia Civil e promotores do Ministério Público realizam Operação Lume, que prendeu dois suspeitos de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco
Foto: Estefan Radovicz / Agência O Dia/Estadão Conteúdo

Em uma operação conjunta, o Ministério Público e a Polícia Civil do Rio de Janeiro prenderam esta madrugada dois suspeitos de matar a vereadora e o motorista, em 14 de março de 2018. Os dois presos têm vínculos com a Polícia Militar do Rio de Janeiro.

Um dos presos, Ronie Lessa, é policial militar reformado, tendo se aposentado depois de ser vítima de um atentado a bomba que resultou na amputação de uma de suas pernas. A suspeita é de que o atentado tenha sido motivado por uma briga entre facções criminosas.

O outro é o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, expulso da corporação depois de ter sido preso na Operação Guilhotina, deflagrada pela PF em 2011, para apurar o envolvimento de policiais militares com traficantes de drogas e com grupos milicianos. Na época, Queiroz era lotado no Batalhão de Olaria (16º BPM).

Lessa e Queiroz são os primeiros investigados a serem formalmente denunciados e presos pelo crime. Segundo o Ministério Público, os dois foram denunciados depois das análises de diversas provas obtidas ao longo de quase um ano de investigações. Ainda segundo o MP, Lessa é o autor dos disparos que atingiram Marielle e Anderson Franco. Já Elcio dirigia o veículo usado na execução.

De acordo com o MP, o crime foi planejado nos três meses que antecederam os assassinatos.

Operação

Além dos mandados de prisão, a Operação Lume cumpre mandados de busca e apreensão em endereços dos dois suspeitos, para apreender documentos, telefones celulares, computadores, armas e acessórios.

Na denúncia apresentada à Justiça, o MP também pediu a suspensão da remuneração e do porte de arma de fogo de Lessa, a indenização por danos morais aos familiares das vítimas e a fixação de pensão em favor do filho menor de Anderson até completar 24 anos de idade.

Segundo nota do MP, o nome da operação é uma referência a uma praça no centro da cidade do Rio de Janeiro, conhecida como Buraco do Lume, onde Marielle desenvolvia um projeto chamado Lume Feminista. No local, ela também costumava se reunir com outros defensores dos direitos humanos e integrantes do seu partido, o PSOL.

"Além de significar qualquer tipo de luz ou claridade, a palavra lume compõe a expressão 'trazer a lume', que significa trazer ao conhecimento público, vir à luz", informa a nota.

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