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Moro derruba sigilo de delação premiada de Palocci

Ex-ministro faz acusações contra Lula e Dilma Rousseff

1 out 2018 - 16h41
(atualizado às 16h42)
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Faltando menos de uma semana para as eleições, o juiz federal Sergio Moro retirou nesta segunda-feira (1º) o sigilo de parte da delação premiada de Antonio Palocci, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, feita no âmbito da Operação Lava Jato.

    O acordo foi assinado em abril passado e inclui acusações contra os dois ex-presidentes petistas. Em troca, Palocci pagará multa de R$ 35 milhões e terá sua pena reduzida em dois terços.

    Segundo o ex-ministro, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff participaram de uma reunião no Palácio do Planalto para acertar o pagamento de R$ 40 milhões em propina à campanha da petista em 2010.

    Além disso, ele diz que a nacionalização dos recursos do pré-sal, além do aspecto "social, de geração de empregos e de desenvolvimento nacional", também serviu para atender a "interesses das empreiteiras" brasileiras.

    Palocci ainda acusa Lula de manter diretores da Petrobras em seus cargos mesmo após o surgimento de denúncias de corrupção.

    "Em fevereiro de 2007, logo após sua reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva convocou o colaborador, à época deputado federal, ao Palácio da Alvorada, em ambiente reservado no primeiro andar, para, bastante irritado, dizer que havia tido ciência de que os diretores da Petrobras Renato Duque e Paulo Roberto Costa estavam envolvidos em diversos crimes no âmbito das suas diretorias", diz a delação premiada.

    As denúncias foram incluídas no processo em que Lula é réu por supostamente ter recebido propina da Odebrecht por meio de um apartamento em São Bernardo do Campo e de um terreno para sediar o Instituto Lula, que acabou sendo instalado em outro lugar.

    Palocci foi condenado a 12 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e cumpre pena na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, a mesma onde Lula está encarcerado desde abril.

    Por meio de uma nota, o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, disse que a decisão de Moro de retirar o sigilo da delação às vésperas das eleições "apenas reforça o caráter político dos processos e da condenação injusta imposta" a Lula.

    "Moro juntou ao processo, por iniciativa própria, depoimento prestado pelo Sr. Antônio Palocci na condição de delator com o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados, até porque o próprio juiz reconhece que não poderá levar tal depoimento em consideração no julgamento da ação penal. Soma-se a isso o fato de que a delação foi recusada pelo Ministério Público", afirma o comunicado.

    Entrevista - Também nesta segunda, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), reiterou sua decisão que autoriza o ex-presidente a ser entrevistado na cadeia pelo jornal "Folha de S. Paulo".

    O despacho foi divulgado após seu colega no STF Luiz Fux ter concedido liminar para impedir a entrevista, contrariando decisão anterior do próprio Lewandowski.

Ansa - Brasil   
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