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Moro defende esclarecimento de "fatos" sobre movimentações em conta de ex-assessor de filho de Bolsonaro

10 dez 2018 - 14h12
(atualizado às 14h39)
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O futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro, afirmou nesta segunda-feira que, apesar de não querer opinar sobre um caso "concreto", os fatos envolvendo as movimentações atípicas em conta de ex-assessor do senador eleito e filho do presidente eleito, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), precisam ser esclarecidos.

Futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro
04/12/2018
REUTERS/Adriano Machado
Futuro ministro da Justiça, Sérgio Moro 04/12/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Adriano Machado / Reuters

Moro disse que o presidente Jair Bolsonaro já deu suas explicações e cabe aos demais envolvidos prestarem seus esclarecimentos.

"Eu na verdade fui nomeado para ser ministro da Justiça. Não cabe a mim dar explicações sobre isso. Acho que existia no passado o ministro da Justiça opinando sobre esses casos concretos, é inapropriado", disse Moro a jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil, onde a equipe de transição tem trabalhado.

"Então, esses fatos têm que ser esclarecidos, o presidente já apresentou alguns esclarecimentos, tem pessoas que precisam apresentar os seus esclarecimentos. E os fatos, se não forem esclarecidos, têm que ser apurados. Mas assim, eu não tenho como eu ficar assumindo esse papel", acrescentou. "As pessoas que têm que prestar os esclarecimentos. O presidente já prestou os dele, ou se não os fatos têm que ser apurados."

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indentificou a movimentação atípica de 1,2 milhão de reais na conta de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

O presidente eleito disse que conhece Queiroz desde 1984 e tem uma amizade próxima.

"Eu já o socorri financeiramente em outras oportunidades. Nessa última agora houve um acúmulo de dívida e ele resolveu me pagar... em 10 cheques de 4 mil reais", disse Bolsonaro no sábado. "Eu não botei na minha conta por que tenho dificuldade para ir em banco e deixei para minha esposa."

Segundo reportagens na mídia, Queiroz teria também feito um depósito de 24 mil reais para a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

"Lamento o constrangimento que ele está passando, mas ninguém dá dinheiro sujo com cheque nominal. Espero que ele se explique... foi normal e natural", acrescentou o presidente eleito.

O presidente eleito destacou que movimentação atípica não é sinônimo de crime e que seu filho Flávio não foi alvo da operação que teve como origem um pente fino do Coaf.

"Se errei (em não ter declarado o dinheiro recebido de Queiroz), eu arco com minha responsabilidade junto ao fisco", disse ele.

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