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Cariocas enfrentam longas filas para tomar vacina contra febre amarela

17 jan 2018 - 13h09
(atualizado às 13h15)
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Rio de Janeiro - Postos de saúde amanhecem com filas para a vacinação contra a febre amarela (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - Postos de saúde amanhecem com filas para a vacinação contra a febre amarela (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Foto: Agência Brasil

Na manhã de hoje (17), os moradores da cidade do Rio de Janeiro enfrentaram longas filas para tomar a vacina contra a febre amarela, depois da confirmação de quatro casos em pessoas no Estado este ano, com três óbitos. Os casos foram registrados em Valença, no centro-sul do Estado, e em Teresópolis, na região serrana.

No Centro Especial de Vacinação Dr. Álvaro Aguiar, na Cinelândia, região central da cidade, por volta de 9h a fila dobrava o quarteirão com cerca de 400 pessoas aguardando. A administradora Verônica Vargas tinha chegado às 6h30 e andado poucos metros na fila. Ela reclamou que muita gente entrou na fila alegando prioridade, porém sem ser prioridade.

"Vou viajar para Minas [Gerais], que é um lugar que está com foco. É muito importante vacinar até para não piorar e virar uma epidemia. Eu nunca tomei, se não nem precisaria, né? Porque quem tomou uma dose não precisa tomar".

Já no Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, às 9h30 a fila já estava menor, uma vez que as 400 senhas disponíveis para vacinação hoje já haviam sido distribuídas. O militar Weverton de Souza chegou às 6h45 e conseguiu uma das últimas senhas, a de número 395.

"É a primeira vez que estou tomando a vacina", disse, mostrando preocupação com notícias da morte de macacos no Estado. "É melhor se preparar para isso logo, né?"

Secretaria de Saúde

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), cada posto de vacinação tem autonomia para determinar quantas doses serão aplicadas por dia, seguindo critérios técnicos e de acordo com a capacidade de atendimento de cada unidade. A secretaria lembrou que a vacina esteve disponível em todos os 232 centros da rede durante todo o ano de 2017, mas a procura foi muito baixa a partir de março.

"A Superintendência de Vigilância em Saúde lembra que a vacina contra a febre amarela esteve disponível para a população durante todo o ano passado mas, infelizmente, com o fim das notícias sobre casos da doença, as pessoas foram deixando de procurar a vacina", disse a Superintendência em nota.

Em março do ano passado foram vacinadas na cidade 629.087 pessoas; 411.648 em abril; 198.659 em maio, 120.911 em junho; 96.040 em julho; 42.795 em agosto; 36.325 em setembro; 26.527 em outubro; 20.321 em novembro e apenas 16.592 em dezembro. Segundo a secretaria, a cidade não alcançou a cobertura da população alvo ainda em 2017, que está, atualmente, em 50%. Como a vacina é feita com vírus vivo e apresenta riscos de reação, estão fora do público alvo os idosos, menores de 9 meses, gestantes e pacientes com doença imunológica.

Após as notícias de mortes no Estado, apenas na segunda-feira (15) 26.279 procuraram as unidades e foram vacinadas. "Diante dessa nova demanda, as unidades estão se organizando para atender o máximo de pessoas da melhor maneira possível, dentro da capacidade técnica de segurança dos pacientes e boas práticas de vacinação", informou a SMS, acrescentando que não há circulação do vírus na capital.

Doses

Na terça-feira (16), o secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antônio Teixeira Júnior, disse que todos os municípios têm doses suficientes da vacina para atender a população, além de estoque para distribuir. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), atualmente o Estado tem 6,7 milhões de doses em estoque e já foram vacinadas 46% da população.

A vacina em dose integral só precisa ser tomada uma vez na vida, conforme protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS). A dose fracionada, que começará a ser aplicada no dia 19 de fevereiro, tem período de cobertura de 8 anos. Segundo Teixeira Júnior, o Estado está aplicando a dose integral, mas fará o fracionamento quando for necessário.

"As vacinas têm uma fabricação finita e nós precisamos ser solidários, se precisar ser feito o fracionamento, nós faremos. A cobertura vacinal e o período que nós vamos proteger a população nós precisamos para agora. A garantia de 8 anos já é uma grande garantia, no passado fazíamos para 10 anos. [Mesmo fracionada] a garantia é que a pessoa não vai contrair a febre amarela neste momento. A estratégia do fracionamento é de parceria, integração e colaboração. Se o Estado do Rio de Janeiro estiver coberto e o de São Paulo não, não resolve o problema", disse o secretário.

Dia D

No próximo dia 27, a Secretaria de Saúde realiza o Dia D de vacinação contra a febre amarela nos 92 municípios do Estado, com a dose integral. Durante a ação, a vacina será disponibilizada nas Unidades Básicas de Saúde, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), instalações montadas pela secretaria estadual e também nos quartéis do Corpo de Bombeiros.

Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Alexandre Chieppe, moradores da zona rural devem procurar a imunização prioritariamente. "Especialmente quem mora em região de mata deve buscar a vacinação o quanto antes. Temos doses para todos e a vacina é a melhor e mais eficaz opção para se proteger contra a febre amarela".

A campanha do Ministério da Saúde com a dose fracionada será feita em 15 municípios fluminenses entre os dias 19 de fevereiro e 9 de março: Belford Roxo, Duque de Caxias, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Seropédica.

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