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Coronavírus

Ministério diz ter exclusividade na compra de CoronaVac

Governo também afirmou ter prazo até maio para decidir sobre lote adicional

28 jan 2021 - 07h54
(atualizado às 08h19)
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O Ministério da Saúde afirmou em nota divulgada na noite de quarta-feira, 27, que tem exclusividade contratual para a compra das doses da CoronaVac, vacina contra covid-19 do laboratório chinês Sinovac, importadas e produzidas pelo Instituto Butantan e que tem até o final de maio para decidir se exercerá a opção de compra de um lote adicional de 54 milhões de doses do imunizante.

Funcionário segura caixa com frascos da vacina contra Covid-19 CoronaVac na sede do Butantan em São Paulo
22/01/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Funcionário segura caixa com frascos da vacina contra Covid-19 CoronaVac na sede do Butantan em São Paulo 22/01/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

O comunicado foi divulgado cerca de 10 horas depois de o presidente do Butantan, Dimas Covas, afirmar em entrevista coletiva em São Paulo que esperava uma resposta do Ministério da Saúde sobre o interesse em exercer a opção pelas doses adicionais até o final desta semana. Ele disse que, caso não haja uma resposta, o instituto priorizará o fornecimento da CoronaVac para outros países latino-americanos.

Na nota, o ministério também criticou o governo de São Paulo, ao qual o Butantan é vinculado. A entrevista coletiva em que Covas deu as declarações aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

"O ato midiático promovido pelo governo de São Paulo, sem governança sobre o presente contrato, promove a desinformação, a divisão e a politização da saúde pública do povo brasileiro, neste momento em que alguns deveriam entender a necessidade de unir esforços contra um único inimigo, que é a covid-19", disse a pasta.

O governador paulista João Doria (PSDB) e o presidente Jair Bolsonaro são desafetos políticos e prováveis adversários na eleição presidencial de 2022. Ambos têm trocado farpas públicas sobre a CoronaVac e a gestão da pandemia.

O novo capítulo da disputa entre ambos envolvendo a vacina contra covid-19 acontece em meio à escassez do imunizante no Brasil e no exterior e a uma campanha de vacinação que ainda engatinha no Brasil, dado a pouca quantidade de doses.

"O contratante (Ministério da Saúde) possui até o dia 30 de maio para manifestar sua opção de compra das 54 milhões de doses adicionais. Deve-se nesse momento priorizar o cumprimento do objeto contratado", disse a pasta em comunicado, afirmando que, das 46 milhões de doses previstas até abril, o Butantan entregou 6,7 milhões até o momento.

A pasta disse ainda que "irá analisar" o ofício enviado por Covas pedindo manifestação sobre interesse nas doses adicionais e que "ainda está dentro do prazo legal previsto no contrato" para fazê-lo.

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